O rios são espelhos
Onde homens e peixes
Se contemplam num vai e vem
O peixe em sua Piracema
O homem em sua sina
De viver
De dar vazão a existência
Mas o rio que um dia foi seu leito
De fartura
Virou seu túmulo
De agrura
Saiu para pescar
Não almas, nem homens errantes
Foi em busca da bóia
Pra alimentar sua gente
Remou, remou tanto
Que perdeu a margem do rio
O pescador foi engolido pelo remanso
Ou talvez pela Sucuri
Sua manhã foi um pretexto de partida
Sua vida não era daqui nem dali
Era de todo lugar...
Mas quem sabe não morreu
Mas sim foi encantado
Pela sereia
Mas pelo sim, pelo não
O me nino lhe espera
Olha distante num vão do horizonte
Acenando da areia...
Espera seu pai no dorso do rio na esperança que seja
Devolvido pela sereia...
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