domingo, 31 de julho de 2011

ESPELHO D ÁGUA

O rios são espelhos

Onde homens e peixes

Se contemplam num vai e vem

O peixe em sua Piracema

O homem em sua sina

De viver

De dar vazão a existência

Mas o rio que um dia foi seu leito

De fartura

Virou seu túmulo

De agrura

Saiu para pescar

Não almas, nem homens errantes

Foi em busca da bóia

Pra alimentar sua gente

Remou, remou tanto

Que perdeu a margem do rio

O pescador foi engolido pelo remanso

Ou talvez pela Sucuri

Sua manhã foi um pretexto de partida

Sua vida não era daqui nem dali

Era de todo lugar...

Mas quem sabe não morreu

Mas sim foi encantado

Pela sereia

Mas pelo sim, pelo não

O me nino lhe espera

Olha distante num vão do horizonte

Acenando da areia...

Espera seu pai no dorso do rio na esperança que seja

Devolvido pela sereia...

Poema inédito do novo livro"Versos Caboclos" a ser lançado esse ano

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