segunda-feira, 22 de junho de 2009

O BOATO



O Poema não morreu, nem ao mesmo sucumbiu a indiferença...se o Verbo se carne, a vida se transubstanciou pelo verso..não importa sua grandeza, se clássico, mal rimado ou se nascido na ingenuidade dos sonhos dos que amam, e fazem disso um poema de amor...Ferreira Gular, poeta maranhense provocou reflexão sobre o tema...


Onde está
A poesia? Indaga-se
Por toda parte.E a poesia vai a esquina comprar jornal

Cientistas esquartejam Puchkin e Baudelaire
Exegetas desmontam a máquina da linguagem
A poesia ri

Baixa-se uma portaria
É proibido misturar o poema
Com Ipanema
O poeta depõe no inquérito
Meu poema é puro,flor

Sem haste, juro
Não tem passado nem futuro
Não sabe a fel nem sabe a mel
´ È de papel...

FERREIRA GULAR, O ÚLTIMO GRANDE POETA BRASILERO

Em toda poesia (livro que está nas escolas), bem ao alcance das mãos e da criatividade do professor que quiser dinamizar suas aulas e envolver os jovens num processo de leitura mágica...Matemática e poesia é um dos tantos poemas de Gullar, que me encantam, resolvi dividir com vocês esse poema fabuloso...

DOIS E DOIS;QUATRO

Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
E embora o pão seja caro
E a liberdade pequena

Como teus olhos são claros
E a tua pele morena
Como é azul o oceano
E a lagoa, serena

Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrego o dia
No seu colo de açucena

Sei que dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Mesmo que o pão seja caro
E a liberdade pequena



sábado, 20 de junho de 2009

Um poeta de Ponta (1ª parte

UM SONETO POR FAVOR...

Para um poeta ser poeta deveria compor um soneto....Com esse mote Jonas levanta um debate talvez...O soneto já está meio em desuso...muitos poetas dizem que é uma camisa de força da criação, porque obriga a palavra em combinação de rimas...Jonas aborda uma questão que muitos não haviam atentado...tem poucos autores fazendo soneto..E eu sou um deles, nada contra o soneto, que considero uma jóia a ser burilada...Estou metendo minha colher de pau (alias de poesia) neste tema , mas não pretendo ser coveiro nas idéias dos outros, acho que o soneto é uma arte do jogo de palavras bem arrumadinhas cada uma no seu lugar na hora certa...Soneto da fidelidade de Vinicius é um belo poema...Mas segue ai embaixo as dissertações do Poeta conterrâneo de Dalcídio Jurandir para suas conclusões (sem final porque um bom debate não deve ter fim)

Acabara de ler o regulamento. Pela primeira vez admitia-se inscrever poemas de forma fixa. Todo poeta de verdade deveria ser capaz de compor um soneto.
Mas sobre o que escreveria este ano?

Pegou um bloco de papel, uma caneta e foi ao trapiche municipal. A tarde estava mole e as ruas da cidade alimentavam uma lassidão nas casas.
Epa! O trapiche está sendo reconstruído. Ah, o velho trapiche que nas madrugadas desertas mais parecia uma cobra-grande ressonando na mansidão das águas escuras do Marajó-açu... Desviou o olhar. Avistou as mangueiras em frente à escola Aureliana; dirigiu-se para lá. Ao pé de uma imponente árvore, buscava a inspiração de que precisava. Nada, não saía nada.


Resolveu ir para a praça Antônio Malato. Ficou contemplando por algum momento as ruínas da antiga Prefeitura. Talvez devesse rascunhar um poema sobre a grandeza desse outrora Palácio Municipal. Outros já o fizeram em verso e prosa?! Já o têm como símbolo, hoje, de um tempo político devassador, hostil? Foi a tomada da Bastilha, a nossa Revolução Francesa!
Preferiu não. Melhor buscar outro assunto, outro fato.

Caminhou em direção ao cemitério. Um outro poeta já falou de seu mistério.
Buscava, então, algo de “altaneiro”? Queria a majestade de um município que reina “sob a imensidão do céu marajoara” (mencionando Sandoval Teixeira, músico que agora está sendo lembrado pela Associação Musical Antônio Malato)? E falando em AMAM, maravilha sentir os frutos dessa importantíssima instituição muito bem representada por seus músicos, em especial, o professor regente Marcelo Tavares; por meio de seu trabalho, ela ganha notoriedade no Pará e no Brasil.

Essa entidade sim, admitiu mentalmente nosso poeta, tem merecimento de um poema em sua homenagem. Mas o quê? Nada, não é desta vez.
Continuou a vagar pela cidade. As ruas agora já apresentam algum movimento.
Suplicou às musas do Parnaso, em frente ao campo de futebol: fazer uma obra em que figurem Marcenaria, Acadêmicos, Pedregulho e outros clubes do município...; seria uma boa idéia? Pouco se interessou pelos jogos na região; para ele, só existiam Paysandu e Remo, e a Seleção Brasileira.

O passeio já estava alongando. Todavia, caminhar parecia ser a melhor saída para conseguir o mais belo poema e poder assim concorrer.
Lembrou-se de nosso açaí, de nosso camarão, e arriscou uma quadra:
Ah, cheiro da brasa e cheiro do tucupi
Estão assando camarão lá no quintal
Vejo os espetos da tala de jupati
-Movimentos típicos perto do jirau
Nada mau, achou. Mas faltava o açaí; faltava a gente cabocla. Tentou mais quatro versos:
Então me convida a dona Marianinha
Que sabe amassar o açaí no alguidar
E me aponta com a boca em bico a farinha
-Que bom uma comunidade visitar!
Gostou das rimas e do metro. Voltou a andar. Aproximara-se do Arapinã. Leu, releu as duas estrofes. Preciso melhorar. Vão me criticar por esses versos batidos e com pouca imaginação. Embolou o papel e enfiou no bolso.
Atravessou pela ponte. Das canoas atracadas ouviam-se as vassouradas que os tripulantes davam no fundo dos cascos das embarcações: era a faxina depois da viagem. Não quis parar. Pessoas o notavam agora. Prosseguiu nosso inconcusso poeta, rabiscando, andando.
No campo de aviação, imaginou o pouso suave de uma deusa que lhe traria a palavra exata, a colocação perfeita; o ritmo fluiria e quando percebesse, lá estaria o seu melhor poema, com sua mais sublime poesia.-


Jonas Furtado, de Ponta de Pedras, nas Ilhas do Marajó já é um seguidor de rio das letras..alias já são dois com a operária das letras, a marabaense Marilene Silva, bom sinal...

PEPITA I, UMA HISTÓRIA DE AMOR GARIMPEIRA, CONTADA POR ATIANA GOMES.


Pepita é o nome de guerra de uma personagem embrenhada pelas realidades garimpeira, tendo como cenário da história um garimpo do Tapajós...A Autora também foi garimpeira conviveu de perto com tudo que conseguiu passar para o livro...è um romance curto, mas pleno de emoções

Pepita é uma personagem, pepitinha uma currutela de garimpo. Atiana Gomes, uma maranhense arrojada nascida em São José de Ribmar, radicada em Itaituba resolveu escrever Pepita para chamar a atenção dos dramas sociais dos garimpos...não esgotou naturalmente todo o assunto nesse primeiro livro de 76 páginas, mas já deixa no leitor uma sensação de que vivemos num Brasil formado por vários Brasis, dada as incongruências, disparates e distorções sociais...

Li Pepita e gostei...Atiana é uma escritora estreante, mas leva jeito, tem boa narrativa...Ultimamente a poetisa/ escritora nômade se mandou para os garimpos do Suriname, talvez atrás de ouro ou de mais histórias para continuar mostrando as várias faces das”Pepitas” espalhadas por esse Brasil afora...Pepita é uma história de amor, uma história sem contos de fadas , mas que é passível de um final feliz..

.O ouro aqui pode ser apenas um álibi para criar uma personagem que não foi forjada, ela nasceu com a matéria prima dos barrancos, das fomes, das dores invisíveis que massacraram quem correu atrás de um sonho tendo que passar por vários pesadelos...

Patativa do Assaré – A Sabedoria de um doutor adquirida nas escolas da vida.


Segundo filho de uma família pobre que vivia da agricultura de subsistência, cedo ficou cego de um olho por causa de uma doença. Com a morte de seu pai, quando tinha oito anos de idade, passa a ajudar sua família no cultivo das terras.
Aos doze anos, freqüenta a escola local, em que é alfabetizado, por apenas alguns meses. À partir dessa época, começa a fazer repentes e a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Por volta dos vinte anos recebe o pseudônimo de Patativa, por ser sua poesia comparável à beleza do canto dessa ave.

Patativa do Assaré obteve popularidade a nível nacional, possuindo diversas premiações, títulos e homenagens (tendo sido nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa). No entanto, afirmava nunca ter buscado a fama, bem como nunca ter tido a intenção de fazer profissão de seus versos. Ele nunca deixou de ser agricultor e de morar na mesma região onde se criou (Cariri) no interior do Ceará. Seu trabalho se distingue pela marcante característica da oralidade. Seus poemas eram feitos e guardados na memória, para depois serem recitados. Daí o impressionante poder de memória de Patativa, capaz de recitar qualquer um de seus poemas, mesmo após os noventa anos de idade.

Infância

No verdõ de minha idade
Mode acalentá meu choro
Minha vovó de bondade
Falava em grandes tesôro”.

Arte matuta
Eu aprendi com a natureza que é caprichosa. É como eu digo nos meus versinhos:

Eu nasci ouvindo os cantos
das aves de minha serra
e vendo os belos encantos
que a mata bonita encerra
foi ali que eu fui crescendo
fui vendo e fui aprendendo
no livro da natureza
onde Deus é mais visível
o coração mais sensível
e a vida tem mais pureza.
Sem poder fazer escolhas
de livro artificial
estudei nas lindas folhas
do meu livro natural
e, assim, longe da cidade
lendo nessa faculdade
que tem todos os sinais
com esses estudos meus
aprendi amar a Deus
na vida dos animais.
Quando canta o sabiá
Sem nunca ter tido estudo
eu vejo que Deus está
por dentro daquilo tudo
aquele pássaro amado
no seu gorgeio sagrado
nunca uma nota falhou
na sua canção amena
só canta o que Deus ordena
só diz o que Deus mandou.

Despedida

Conheço que estou no fim
e sei que a terra me come
mas fica vivo o meu nome
para os que gostam de mim

Patativa morreu em 8 de julho de 2002 na cidade de Assaré, onde nasceu.

(Poesias reproduzidas do livro “Digo e não peço segredo” organizado e prefaciado por Tadeu Feitosa. Editora Escrituras, SãoPaulo

A VELHICE COMO SIMBOLO DE SABEDORIA, PELA VISÃO PLATÕNICA

Ao longo de minhas experiências de leituras, encantei-me com a obra República,(Atenas, editora,SP) uma excelente obra de Platão onde Sócrates trava vários diálogos com Polemarco. Nos diálogos a importância das coisas vão fluindo com sapiência e rara beleza com máximas que parecem herméticas ou insondáveis ao espírito ou a mente...

Mas de toda a obra (que li em sua totalidade (tem cerca de 457 páginas), gostei muito do dialógo em que filosoficamente conversam sobre a velhice, um tema para os padrões atuais de nossa sociedade recheada de preconceitos, como se houvesse um relógio para cada etapa de nossas vidas..

SÒCRATES- A falar a verdade, Céfalo, deleito-me em conversar com os velhos.É que estes, tendo –nos precedido no caminho por onde talvez tenhamos de andar, certo nos podem informar da natureza desse caminho- se é áspero e difícil, se cômodo e suave...E agora és chegado a esse período da vida, a que o poeta chama o limiar da velhice....E penosa à vida?

CEFALO- Respondendo- Na minha idade Sócrates, nos encontramos muito, seguindo alguns provérbios, em tais encontros relembramos os prazeres da mocidade, memórias de amores..Mas não atribuamos todos os males a velhice. Sócrates complementa...Assim como os poetas amam as próprias obras e os pais amam os filhos, os mais jovens deveriam dar valor aos velhos,,,

Mas além desse outros temas inteligentes são exaustivamente debatidos em forma de dialógo em toa a ora que nos deixa a sensação de ser um manual com sábias lições filosóficas nos fazem ver e entender o sentido da nossa existência... A obra também disseca a temática estado

TEM SENTIDO

Tudo é nada
Se eu não te lembrar
Tu podes me esquecer
Então eu não posso cobrar
Pois não fiz por merecer
Se não levo teu chocolate

Pode até chorar
Reclamas do meu descuido
Dizes que é por não mais te amar
Digo que te quero
Muito,muito de verdade

Dizes também que me quer
Mas tome mais cuidado
Não te esqueças de meus doces
Pro amor não perder este gosto
Que parece encantado
Que flui ou míngua

Em momento inesperado
É um ato de conquista
São intenções que maltratam
E, inesperadamente, acabam-se

Orieste Domingos dos Santos
Antologia Poética- Versos de ouro


DEMÊNCIA

Não há maior e dura ambigüidade
Do que querer viver e se ver morrer
Esvaindo-se na ânsia da saudade
Sendo extenso o querer e complexo o não poder

É difícil refrear esse sentimento puro
Com aspecto de demência
Enquanto plano em ambiente escuro
Ébrio por inalar, dos sonhos , a essência

Não supérfluo, não mesquinho
Mas concreto e sensato
O coração não vê razão em sobejar um tiquinho

Pois não me rouba a lucidez
Esse sentimento pobre e abstrato
Então, porque quero tudo outra vez?

Raimundo Borges
Antologia Poética- Versos de Ouro-


ALUCINAÇÕES

Despe-te de tuas incoerências
Receita o bem
Cata a vida
Viva como quem vive o amanhã

Render-se às elucidações da vida
Alucinado, não deves recorrer ao ermo
Ao vento
A flor
A relva

Mas ai de ti homem
Que crê
Que sonha
Que ...enfim demora...vencer
A morte
A sorte
E o novo amanhecer.


Professora- Norma Iolanda lindoso Viana
Antologia Poética "Versos de Ouro"

sexta-feira, 19 de junho de 2009

PERSPECTIVAS- Da Antologia Poética- Versos de Ouro

Sonhar quando partir
Sonhar na chegada
Logo já não existe mais o sonho

Ir sonhando
Retornar sonhando
Outra realidade
Não é sonho, o que existe

Não é o sonho sonhado
Não é o sonho da ida
Não é o sonho da chegada
É a realidade

A grande perspectiva é a porta
Porta de partida
Porta de chegada
Fora ou dentro
Só a realidade de uma nova estrada

José Maria Azevedo

O autor é meu conterrâneo de Castanhal, atualmente presidindo a recém criada Academia de Letras Castanhalense(ALC).O autor por razões que a própria razão desconhece prefere ser chamado de o poeta ”Ejaculador do passado, presente e do futuro”

O GAROTO- DA ANTOLOGIA VERSOS DE OURO

Certa vez
Quando eu era ainda garota
Um menininho me mandou
Um bilhete assim

Eu estou por você apaixonado
Gostaria de ser o seu namorado
Eu então repondi o seu bilhete;

Sinto muito desta forma responder
Mas já estou muito velha pra você

O menino ficou mesmo muito triste
Do seus olhos eu vi lágrimas correndo
Eu não sabia o que podai acontecer
Pois na verdade ele içou por mim chorando

Passou o tempo e nunca mais vi
Aquele menino
O mundo é grande
E ao mesmo tempo tão pequeno
Sabe porque afirmo isto?

Na Internet conheci um rapaz
E ao teclar fiquei logo interressada
Daí então pedi pa ele decidir
Se poderia lhe encontrar pra conversar

Ele logo me respondeu por e-mail
Sinto muito desta forma responder
Continuo sendo novo pra você

Dra. Djalmira de Sá
Formada em letras com doutorado em lingüística.
Desenvolve suas atividades profissionais atualmente Ana faculdade de Itaituba- FAI

VERSOS DE OURO NO RIO DAS LETRAS

O RIO DAS LETRAS envereda pelos Versos de Ouro colhendo algumas pepitas literárias retiradas pelas varações poéticas que deságuam nos melechetes das grandes inspirações dos poetas itaitubenses de coração ou convição....o livro foi lançado em 2004, com 159 páginas e dez escribas no qual também me incluo. O amigo Peregrino que aportar nesse rio de belezas poéticas navegará para sempre no remanso do talento e criatividade de nossos poetas que fazem parte dessa antologia...boa viagem, alias boa leitura. Vamos colocar todos os poetas da coletânea na nossa nau das letras...Espero que a vacora poética contamine a todos nós...

TEMPO
Ontem tive tempo
Mas não tive medo
Hoje olhei nos teus olhos
E numa confissão muda guardei teu segredo
Ontem fui volátil
Feito um colibri na flor
Ele sugando o néctar
Eu te implorando o amor

Ontem o amor era um cristal partido onde
Em colcha de retalhos embrulhei a saudade
Hoje o amor traduz
Uma razão aparente de ser
E as canções que guardei
Foram descaminhos onde não te encontrei

Ontem a paixão era profunda
Arrebatadora feito brasa de um vulcão
Hoje o amor é apenas uma ponte quebrada
Onde desesperadamente
Me acenas
Do outro lado da estrada.

Nazareno Santos- Jornalista-poeta-professor



VERSOS DE OURO, NO RIO DAS LETRAS


AMAZÕNIA
É Amazônia
Só quem vê o verde de tuas matas
De teus rios
Das copas de tuas árvores
Balançando ao sabor do vento
Só quem enfrenta a fúria da pororoca
Quem sente o cheiro da floresta
Da castanheira
Da seringueira
Da palmeira
Do babaçu
Só quem sobrevoa tua imensidão
Navega entrecortando os rios
Adentrando teus igarapés
Come do teu peixe
Tucunaré
Tamoatá
Pirarucu
Da tua caça
Paca,
Cutia,ta
Tatu , da tua fruta açaí
Tucumã,cupuaçu
É Amazônia, só quem vive tudo isso pode te compreender
Pode ouvir teus ais, pode contigo sofrer
Quem vê tuas palafitas flutuando,teus curumins remando
Tuas cunhas brincando, teus barcos a deslizar
Em companhia dos botos encantados e que encantam as tardes do rio-mar
E de outros rios
Só quem sobe nos açaizeiros,fala da boiúna,
Mãe dàgua, do curupira
Do Manpiguari... só quem namora tuas belas morenas,corre atrás do beija-flor
Da borboleta,do jaçanã, quem busca a cura em tuas curvas
No óleo da andiroba,da copaíba, do Jatobá
(Eh! D.Flora...)
só quem te ama pode te compreender.

Professor- Carlos Paiva

O QUE VOCÊ ANDA LENDO?


Abro aqui um espaço que gostaria fosse feito pelo amigo internauta (ou peregrino).Vou abri-lo comentando minha leitura atual. Estou lendo, poesias escolhidas da poeta (ou poetisa como queiram) Gabriela Mistral, que ganhou um dos prêmios Nobel de literatura concedido pela Academia Sueca de Literatura..

É um volume antigo da Coleção Biblioteca dos Prêmios Nobel, que apesar de ser um calhamaço de mais de duzentas páginas a leitura não se torna enfadonha nem tediosa, pela expressividade dos poemas de Gabriela.

É uma leitura que recomendo, que em muito contribuirá para seu crescimento intelectual e espiritual. Deixo com você na seqüência dois belos poemas da autora, chilena...Prefiro não comentar seus poemas que não é essa a intenção desse espaço...é preferível deixar fluir na alma do (como chamaria um leitor virtual?).Leia e boa viagem ao planeta poesia.

GOTAS DE FEL



Não cantes: sempre fica


Não cantes: sempre fica
à tua língua apegado
um canto: o que faltou ser enviado.

Não beijes: sempre fica,
por maldição estranha,
o beijo a que não chegam as entranhas.

Reza, reza que é bom; mas reconhece
que não sabes, com tua língua avara,
dizer um só Pai Nosso que salvara.

E não chames a morte de clemente,
porque, na carne que a brancura alcança,
uma beirada viva fica e sente
a pedra que te afoga
e o verme voraz que te destrança.


COPLAS

Trad. de Ruth Sylvia de Miranda Salles


A tudo, em minha boca,
um sabor de lágrimas se acresce;
a meu pão cotidiano, a meu canto
e até à minha prece.

Eu não tenho outro oficio,
depois do silente de amar-te,
que este oficio de lágrimas, duro,
que tu me deixaste.

Olhos apertados
de candentes lágrimas!
Boca atribulada e convulsa,
em que prece tudo se tornava!

Tenho um vergonha
deste modo covarde de ser!
Nem vou em tua busca
nem consigo também te esquecer!

E há um romoer que me sangra
de olhar um céu
não visto por teus olhos,
de apalpar as rosas
sustentadas pela cal de teus ossos!


A CHUVA LENTA

Trad. de Ruth Sylvia de Miranda Salles


Esta água medrosa e triste,
como criança que padece,
antes de tocar a tierra,
desfalece.

Quietos a árvore e o vento,
e no silêncio estupendo,
este fino pranto amargo,
vertendo!

Todo o céu é um coração
aberto em agro tormento.
Não chove: é um sangrar longo
e lento.

Dentro das casas, os homens
não sentem esta amargura,
este envio de água triste
da altura;

este longo e fatigante
descer de água vencida,
por sobre a terra que jaz
transida.

Em baixando a água inerte,
calada como eu suponho
que sejam os vultos leves
de um sonho.

Chove... e como chacal lento
a noite espreita na serra.
Que irá surgir na sombra
da Terra?

Dormireis, quando lá foram
sofrendo, esta água inerte
e letal, irmã da Morte
se verte?

ADÃOE EVA PELOS TRAÇOS DE MILLOR FERNANDES


O Festival de Besteira Que Assola o Pais

Disse Stanislaw no FEBEAPA 2:

"� dif�cil ao historiador precisar o dia em que o Festival de Besteira come�ou a assolar o Pais. Pouco depois da "redentora", cocorocas de diversas classes sociais e algumas autoridades que geralmente se dizem "otoridades", sentindo a oportunidade de aparecer, j� que a "redentora", entre outras coisas, incentivou a pol�tica do dedurismo (corruptela de dedo-durismo, isto �, a arte de apontar com o dedo um colega, um vizinho, o pr�ximo enfim, como corrupto ou subversivo — alguns apontavam dois dedos duros, para ambas as coisas), iniciaram essa feia pr�tica, advindo da� cada besteira que eu vou te contar".

Vamos a algumas amostras:

"O mal do Brasil � ter sido descoberto por estrangeiros" (Deputado �ndio do Brasil, Assembl�ia do Rio).


O cidad�o A�rton Gomes de Ara�jo, natural de Brejo Santo, no Cear�, era preso pelo 23.� Batalh�o de Ca�adores, acusado de ter ofendido "um s�mbolo nacional", s� porque disse que o pesco�o do Marechal Castelo Branco parecia pesco�o de tartaruga e logo depois desagravava o dito s�mbolo, quando declarava que n�o era o pesco�o de S. Exa. que parecia com o da tartaruga: o da tartaruga � que parecia com o de S. Exa.


Cerca de 51 bandeiras dos pa�ses que mant�m rela��o com o Brasil foram colocadas no Aeroporto de Congonhas. O Secret�rio de Turismo de S�o Paulo — Deputado Orlando Zancaner — quando inaugurou a ala das bandeiras, disse que "era para incrementar o turismo externo".


Quando a Censura Federal proibiu em Bras�lia a encena��o da pe�a Um Bonde Chamado Desejo, a atriz Maria Fernanda foi procurar o Deputado Ernani S�tiro para que o mesmo agisse em defesa da classe teatral. L� pelas tantas, a atriz deu um grito de "viva a Democracia". O senhor Ernani S�tiro na mesma hora retrucou: "Insulto eu n�o tolero".


O Di�rio Oficial publica "Disposi��es de Seguros Privados" e mete l�: "O Superintendente de Seguros Privados, no uso de suas atribui��es, resolve (...), "Cl�usula 2 — Outros riscos cobertos — O suic�dio e tentativa de suic�dio — volunt�rio ou involunt�rio".


Em Niter�i o professor Carlos Roberto Borba iniciou a��o de desquite contra a professora Eneida Borba, alegando que sua esposa n�o lhe d� a menor aten��o e recebe mal seus carinhos quando � hora de programas de Roberto Carlos na televis�o. A professora vai aprender que mais vale um Carlos Roberto ao vivo que um Roberto Carlos no v�deo.


Colhemos num coleguinha do Jornal do Brasil:
"O General Jos� Hor�cio da Cunha Garcia fez uma firme apologia da Revolu��o e manifestou-se contrariamente �s teses de pacifica��o, bem como condenou o abrandamento da a��o revolucion�ria. O conferencista foi aplaudido de p�". O distra�do Rosamundo leu e, na sua proverbial vaguid�o, comentou: "N�o seria mais distinto se aplaudissem com as m�os?".


Enquanto o Marechal Presidente declarava que em hip�tese alguma permitiria fosse alterada a ordem democr�tica por estudantes totalit�rios, insuflados por comunistas not�rios, quem passasse pela Cinel�ndia no dia 1.� de abril depararia com o pr�dio da assembl�ia Legislativa totalmente cercado por tropas da Pol�cia Militar. Na certa, a separa��o de poderes, prevista na Constitui��o, passar� a ser feita com cord�o de isolamento e muita cacetada.


Not�cia publicada pelo jornal O Povo, de Fortaleza (CE): "O Dr. Josias Correia Barbosa, advogado e professor, esteve � beira de um IPM (Inqu�rito Policial Militar) por haver passado um telegrama para sua sobrinha Loberi, em Salvador, comunicando-lhe que a bicicleta e as pitombas tinham seguido. Houve diligencias pelas vizinhan�as, parentes foram procurados e outras provid�ncias tomadas. Passados dois dias, soube o Dr. Josias que o despacho telegr�fico n�o fora transmitido porque um James Bond do DCT (Departamento de Correios e Tel�grafos) estranhara os termos "bicicleta", "pitombas" e "Loberi", que "deviam ser de um c�digo secreto".


"Os jornalistas deveriam apanhar da pol�cia n�o s� durante a passeata, mas antes tamb�m. Eles s�o incapazes de reconhecer o valor da pol�cia. Os fot�grafos, por exemplo, nunca fotografam os estudantes batendo no policial". Essa declara��o foi feita pelo Secret�rio de Seguran�a de Minas Gerais, coronel Joaquim Gon�alves.


A pe�a "Liberdade, Liberdade" estreou em Belo Horizonte e a Censura cortou apenas a palavra prostituta, substituindo-a pela express�o: "Mulher de vida f�cil", o que, na atual conjuntura, nos parece um tanto dif�cil. Ningu�m mais t� levando vida f�cil.


Segundo Tia Zulmira "o policial � sempre suspeito" e — por isso mesmo — a Pol�cia de Mato Grosso n�o � nem mais nem menos brilhante do que as outras pol�cias. Tanto assim que um delegado de l�, terminou seu relat�rio sobre um crime pol�tico, com estas palavras: "A v�tima foi encontrada �s margens do riu sucuriu, retalhada em 4 peda�os, com os membros separados do tronco, dentro de um saco de aniagem, amarrado e atado a uma pesada pedra. Ao que tudo indica, parece afastada a hip�tese de suic�dio".

Stanislaw Ponte Preta

Corpo de Deus

Também lhe chamam Corpus Christi e é “dia de preceito” para os católicos, além de feriado oficial. Todos os fiéis deverão ir à missa (ser “dia de preceito” a tal obriga) para dar testemunho da presença real e substancial de Cristo na hóstia.
E nada de pôr-se com dúvidas sobre a divina presença na pastilha ázima como sucedeu a um sacerdote chamado Pedro de Praga, no século XIII, não seja que se repita o tremebundo milagre de ver a hóstia transformar-se em carne e sangue, não simbólicos, mas autênticos, e ter de levar outra vez a sanguinolenta prova em solene procissão para a catedral de Oviedo, como complacentemente no-lo explica Wikipedia, fonte a que neste difícil transe tive de recorrer.
O mundo era interessantíssimo naquele tempo. Hoje, o milagre de recuperar a economia e a banca passa por imprimir milhões de dólares a uma velocidade de vertigem e pô-los a circular, preenchendo assim um vazio com outro vazio, ou, por palavras menos arriscadas, substituindo a ausência de valor por um valor meramente suposto que só durará o que durar o consenso que o admitiu.
Mas não era da crise que eu queria escrever. Em todo o caso, como já se vai ver, a menção ao Corpo de Deus não foi gratuita nem simples pretexto para fáceis heresias, como costumam ser as minhas, segundo canónicas e abalizadas opiniões. Há alguns dias, no 28 de Maio para ser mais exacto, um boliviano de 33 anos, de nome Fraans Rilles, emigrante “sem papéis” e sem contrato, que trabalhava numa padaria em Gandia (Espanha), foi vítima de grave acidente, uma máquina de amassar cortou-lhe o braço esquerdo.
É certo que os patrões tiveram a caridade de o levar ao hospital, mas deixaram-no a 200 metros da porta com uma recomendação: “Se te perguntam, não digas nada da empresa”. Como seria de esperar, os médicos pediram o braço para tentar reimplantá-lo, mas tiveram de desistir da ideia perante o mau estado em que se encontrava. Tinham-no atirado ao lixo.
Afinal, eu não queria escrever sobre o Corpo de Deus. Como é meu costume, uma coisa levou a outra, mas era do Corpo do Homem que eu pretendia realmente falar, esse corpo que, desde a primeira manhã dos tempos, vem sendo maltratado, torturado, despedaçado, humilhado e ofendido na sua mais elementar dignidade física, um corpo a quem agora foi arrancado um braço e a quem foi ordenado que se calasse para não prejudicar a empresa.

Espero que os fiéis que hoje acorreram à missa e leram a notícia no jornal tenham tido um pensamento para a carne sofridora e o sangue derramado deste homem. Não peço que o ponham num altar. Só peço que pensem nele e em tantos como ele. Diz-se que todos somos filhos de Deus.

Não é verdade, mas com este falsidade se consolam muitos. Deus não valeu a Fraans Rilles, vítima da máquina de amassar pão e da crueldade da gente sem escrúpulos que explorava a sua força de trabalho. Assim vai o mundo e não haverá outro.
By José Saramago- Escritor Português

POESIA DAS RUÍNAS

Os meus versos eu os componho
Como sopro de vento em dia medonho
Não procuro nem conduzo minha poesia
Não consulto dicionário

Previsão de tempo, ampulheta, horário
E muito menos a biruta do serviço de meteorologia
Os meus versos faço, não peço
Recolho de restos, de estilhaços
E vou compondo e não tropeço

Com eles refaço vidas
Remonto sonhos
Os meus versos vêm das ruínas
E dos escombros

Aroldo Pedrosa
Macapá- Vanguarda cultural

quinta-feira, 18 de junho de 2009

MACUNAÍMA O ANTI-HERÓI SEM CARATER

Uma leitura envolvente, anárquica, como o próprio herói .Quem quiser saborear cada naco desse belo texto de Mário de Anrade, deve levar em conta toda a rápsodia...Macunaima é uma salada étnica, cultural racial de todos os brasileiros, expressando as caracteristicas de cada região...
A frase que desenha o perfil irreponsável de Macunaima é "Ai que preguiça". Macunaima carrega dentro de si o brasileiro que gosta de passar a perna nos outros, levar vantagem em tudo, a preguiça, a mentira e malandragem..
Li o livro e assisti o filme com perfomance magistral do ator Grande Otello. Macunaima além de gostar de ficar em cima do girau comendo cabeça de saúvas, com sua saliência pegava nas partes das meninas que vinham brincar com ele..Macunaíma é patético,mas engraçado, por gostar de dinheiro,sempre falando"Dindin pra naná nenen".
Mario de Andrade coloca numa lenda das três raças(branco, Mananape, preto e jiguê)a brasilidade desavergonhada, mas inteligente...Porque Macunaima redescobre o Brasil com seus contrastes...Macunaíma não é imoral, nem indecente, ele é irreverente.
Macunaima somos nós, talvez como subprodutos dos portugueses que roubaram nosso Pau-Brasil,e traçaram nossas indias .Considero Macunaima muito atual. Já reli Macunaima umas cinco vezes mas cada contato com a história me passa uma sensação de ineditismo, como se Macunaima se reconstruisse em suas peraltice.s
Macunaima poderia ser nosso saci, nosso negrinho do Pastoreio...se você ainda não leu, devore página por página de Macunaíma .Você será absorvido por uma catarse de sabedoria tão
profunda colocada de maneira aparentemente ingênua...Com certeza em algum momento da leitura talvez você se descobra em Macunaima, o preto retinto que adora catar piolhos para comer e ficar de bubuia olhando as"muié se banhando nuas nos igarapés"

VINICÍUS DE MORAIS: O POETINHA DO AMOR QUE ERA UM BOÊMIO INCORRIGÍVEL

O poetinha nasceu no Rio e Janeiro no dia 19 de outubro, lançou seu primeiro livro O Caminho para a distância. Foi advogado, diplomata, mas se entregou de corpo e alma a poesia para nosso deleite...No meu armazém de leituras , o Poetinha está na estante, fazendo companhia a Drumonnd, Pablo Neruda, Mário Quintana, Augustos dos anjos, Ferreira Gular...Aqui deixo para apreciação dos meus ilustres peregrinos da Web, um poema memorável de Vinicius de Morais.


SONETO DA FIDELIDADE

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer o amor (que tive)
Que ao seja imortal posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

LIVROS QUE MERECEM LEITURAS SUCESSIVAS

está comprovado que a leitura proporciona matéria prima para a escrita. Não se fabrica um escritor profissional (ou não) apenas pela leitura, mas contribuí para um texto um pouco mais elaborado, porque o processo da criação não exige regras canônicas, apenas, mas criatividade, muita imaginação...

Será que com o advento da Internet as pessoas não estão mais lendo como antigamente, em face das comodidades que as ferramentas tecnológicas oferecem ?. E nas escolas??? .Alunos deixam o segundo grau sem muita noção de produção de textos...e ainda querem acabar com o ensino de literatura nas escolas...

Que você acha???.Os alunos deveriam obrigatoriamente ter contato com aqueles romances geralmente exigidos pelos vestibulares, embora abomine esse rótulo de leitura obrigatória...ao invés desse processo arcaico deveriam estimular a leitura como um ato prazeroso.

Não se trata apenas de decorar regras gramaticais (geralmente chatas)...a escrita é um processo artesanal de encaixe que com o passar do tempo feito vinho envelhecido, vai ficando encorpado, substancial, com qualidade....

Só que Internete não foi criada para reprimir, nem abolir pensamentos e idéias..é um instrumento muito bom, mas..o próprio gênio da informática Bill Gates, disse em uma de suas palestras que apesar de ser um especialista e ter computadores em sua casa jamais irá faltar livros...

Essa e as sucessivas gerações de leitores não devem esquecer jamais mestres da nossa literatura como José de Alencar, achado de Assis, Graciliano Ramos, nem romances como o Guarani, Senhora, Diva, Inocência, O Mulato, Dom Casmurro, O Missionário, etc....Pais, professores, vamos colocar nossas crianças e adolescentes para que mergulhem no oceano dos livros..

Que eles continuem copiando e colando a modernidade, mas que se habituem a folhear as páginas de livros que os levarão para viagens apoteóticas e fantásticas...Não devemos ser contra o progresso, mas não podemos por em extinção um hábito cultural focado no raciocínio real, e não apenas virtual...

Depois as máquinas não têm neurônios, elas reproduzem o que o homem criou...Unir o útil ao agradável, é uma questão de bom senso e inteligência...para a criação de um bom leitor não há nem um toque de Mágicas...Mas nós professores, pais, escritores podemos ser um Rei Midas das Letras, desde que possamos dar o exemplo...lendo. No mais quem quiser discordar, fique a vontade esse espaço também pode ser um fórum de idéias.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Pensamentos de Mahatma Gandhi


1- É possível desmontar historicamente uma história de ódio e violência sem derramento de sangue? Para o pacifista indiano Mahatma Gandhi não...Ele definia a não violência como credo maior do amor e da vida...


O desejo sincero e profundo do coração é sempre realizado; em minha própria vida tenho
sempre verificado a certeza disto.
2
Creio poder afirmar, sem arrogância e com a devida humildade, que a minha mensagem e
os meus métodos são válidos, em sua essência, para todo o mundo.
3
Acho que vai certo método através das minhas incoerências. Creio que há uma coerência
que passa por todas as minhas incoerências assim como há na natureza uma unidade que
permeia as aparentes diversidades.
4
As enfermidades são os resultados não só dos nossos atos como também dos nossos
pensamentos.
5
Satyagraha — a força do espírito — não depende do número; depende do grau de firmeza.
6
Satyagraha e Ahimsa são como duas faces da mesma medalha, ou melhor, como as duas
faces de um pequeno disco de metal liso e sem incisões. Quem poderá dizer qual é a
certa? A não-violência é o meio. A Verdade, o fim.
7
A minha vida é um Todo indivisível, e todos os meus atos convergem uns nos outros; e
todos eles nascem do insaciável amor que tenho para com toda a humanidade.
8
Uma coisa lançou profundas raízes em mim: a convicção de que a moral é o fundamento
das coisas, e a verdade, a substância de qualquer moral. A verdade tornou-se meu único
objetivo. Ganhou importância a cada dia. E também a minha definição dela se foi
constantemente ampliando.
9
Minha devoção à verdade empurrou-me para a política; e posso dizer, sem a mínima
hesitação, e também com toda a humildade que, não entendem nada de religião aqueles
que afirmam que ela nada tem a ver com a política.
10
A minha preocupação não está em ser coerente com as minhas afirmações anteriores sobre
determinado problema, mas em ser coerente com a verdade.
11
O erro não se torna verdade por se difundir e multiplicar facilmente. Do mesmo modo a
verdade não se torna erro pelo fato de ninguém a ver.
A única revolução possível é dentro de nós - Mahatma Gandhi
12
O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente, que há no mundo.
13
O Amor e a verdade estão tão unidos entre si que é praticamente impossível separá-los.
São como duas faces da mesma medalha.
14
O ahimsa (amor) não é somente um estado negativo que consiste em não fazer o mal, mas
também um estado positivo que consiste em amar, em fazer o bem a todos, inclusive a
quem faz o mal.
15
O ahimsa não é coisa tão fácil. É mais fácil dançar sobre uma corda que sobre o fio da
ahimsa.
16
Só podemos vencer o adversário com o amor, nunca com o ódio.
17
A única maneira de castigar quem se ama é sofrer em seu lugar.
18
É o sofrimento, e só o sofrimento, que abre no homem a compreensão interior.
19
Unir a mais firme resistência ao mal com a maior benevolência para com o malfeitor. Não
existe outro modo de purificar o mundo.
20
A minha natural inclinação para cuidar dos doente

A Pena e a Faca

Rita Madeira-Rio de janeiro

O homem corta com a faca e acarinha com a pena
Duma escorre o sangue
Doutra prega a doutrina.
A primeira é vinho
A segunda é água
A primeira suja
A segunda lava.
E a faca e a pena coexistem
Para nossa evolução,
Uma cortando a carne
A outra o coração!




- O TURBILHÃO DE SONHOS E PESADELOS, OU O DRAMA DE MARIA DE MARIA.

Arrisquei num conto...o jogo de palavras é feito punhal que corta uma carne invisível...viver é arriscar, é jogar com as palavras, mas se elas são simples cúmplices na reconstrução do nada...acabamos entendendo que o nada é filosoficamente sem explicação...Meras palavras em conflito como nossa própria existência.
____


Como num turbilhão, os pensamentos de Antonio rodopiam, misturando imagens surrealistas, onde os dentes caninos do velho coronel decadente saltam sobre a jugular de Maria de Maria, que com os olhos arregalados, estupefata fica muda, como se fugisse de um fantasma delineado na própria figura demoníaca do velho coronel com sua obsessão de fazer de Antonio a ponte entre o céu e o inferno, de uma história conjugal obscura e confusa. Passado a etapa de letargia, Maria de Maria, como em estado de delírio, fita bem nos olhos do velho coronel, rugindo em passos intercalados feito um jaguar pronto para agarrar sua presa.
Antonio confuso observa a cena, temeroso de um desfecho trágico, afinal Maria de Maria ainda não sabe de fato, mas de direito usando sua astúcia de mulher, sua percepção ou o sexto sentido como dizem por ai, já captou no ar a indiferença e o jeito ardiloso do coronel que pretende se livrar dela, como se descarta uma embalagem em um supermercado. À medida que rodeia o coronel, Maria imagina que ele seja uma alma penada que voltou para fazê-la sofrer, afinal pensa com seus botões,.”Esse bode velho já não tinha batido as botas e ido lá para os quintos do inferno?”
Chegando mais perto, quase fungando no cangote dele Mara de Maria solta uma avalanche de impropérios, ao mesmo tempo em que dá gargalhadas, elevando cada vez mais o tom da voz, quer que o velho ranzinza pense que ela enlouqueceu, misturando frases desconexas com risos de hienas, ela deixa o velho coronel em total estado de pânico.

Antonio por sua vez que ficara o temp todo em silêncio assistindo a cena surrealista resolve intervir, afinal pelo suor que escorria do rosto do coronel, temeu que o mesmo sofresse um infarto de fato batendo as botas.
---Antonio-Sacudindo os ombros do coronel, lhe chama-Coronel?.Coronel?, O que está sentindo fale comigo!...E o coronel sem nada falar apenas bailava com seus olhos de chacal fitando Antonio e Maria de Maria, agora a Maria Louca de pedra, a doidas varridas, que filosofava coisa com coisa, a Maria louca que voltava para lhe azucrinar a paciência.
Nesse ínterim Maria de Maria já havia ido até um velho armário, e de lá retirado uma faca pontiaguda, mas apenas sentou –se de cócoras e ficou amolando a faca na porta antiga de madeira de lei, mas já sendo comida pelos cupins. Maria de Maria amolando a faca olhando de soslaio para o coronel, que pressentindo o perigo suava cada vez mais frio, buscando em Antonio uma proteção iminente contra um possível ataque de Maria de Maria, que continuava amolando a faca, mas desta feita imaginando passá-la sobre o pescoço do velho, igual quando ela sangrava porcos, para servir aos convidados no dia da festa do casamento em Mearin ,Maria imaginava o sangue jorrando o velho dependurado e o sangue coalhando dentro de uma bacia de alumínio...Além do sangue, imaginava o velho se estrebuchando, fuçando na lama de sua própria mesquinharia.

Antônio assustado fica entre Maria de Maria e o coronel, seguindo cada gesto para evitar que Maria de Maria faça uma loucura.

--Maria! Dê-me essa faca aqui, pede com um certo cuidado, mas temendo uma reação inusitada de Maria de Maria, enquanto pede a faca, Antônio lembra da humilhação a que fora submetido pelo Coronel, espia o cofre metálico em meio à torre de babel de coisas velhas guardadas, imagina que poderia ajudar a matar o velho, roubaria talvez os milhões amealhados ao longo dos anos de mesquinhez do coronel, fugiria com Maria para uma Ilha desconhecida e lá viveriam felizes para sempre...Mas logo espantou o pensamento nefasto afinal uma morte ali, a essas horas menos de 10 da manhã...

Maria de Maria, se levanta bruscamente, caminha em direção ao coronel que apavorado não consegue balbuciar uma palavra sequer, com gestos ameaçadores como se fora um samurai usando um espadachim Maria de Maria, encosta a faca lentamente no pescoço do coronel e incontinenti solta uma gargalhada tétrica que ecoa por todo o quarteirão, em seguida joga a arma fora, pega nas mãos de Antonio e sai lentamente até a rua, de onde saltitante corre como se fosse uma bailarina em busca de sonhos...
Da janela, olhar distante, olhos marejados de lágrimas, o coronel vislumbra Maria de Maria sumindo num horizonte obscuro oculto atrás de uma montanha como se fora à própria alegoria da vida...Entendeu assim que Maria a louca queira agora virar um anjo quem sabe um anjo querubim para proteger todos aqueles que buscavam um sonho..,
Após a montanha vislumbrou uma gaivota varando o espaço, em busca de Maria Maria e Antonio o devasso que bailavam sobre as nuvens, em busca talvez da ilha desconhecida. Maria de Maria, se banhou nas águas do rio tapajós, numa aura de puta arrependida em busca de sua santidade perdida nos labirintos recônditos dos garimpos onde entre amores mal resolvidos e desilusões nada juntou do ouro maldito que a fez abrir as pernas em movimentos incontáveis satisfazendo velhos asquerosos e jovens maledicentes que antes de rasgarem as entranhas de sua carne, rasgaram as entranhas de sua alma repleta de pesadelos que destruíram seus sonhos de menina, que ficaram nas ruas estreitas de Santa Inêz do Maranhão.Maria de Maria queria ser professora, mas virou quenga pra fugir da miséria...

Nazareno Santos

OS DESIGNIOS DOS ENCONTROS E DESENCONTROS

"A hora do encontro é também despedida
chegar e partir são dois lados da mesma viagem
o trem que chega é o mesmo trem da partida
a plataforma desta estação e' a vida. "

Milton Nascimento

ITAITUBA PELOS OLHOS DE LINCE DO ESCRITOR DALCIDIO JURANDIR.



Introduzo aqui um prelúdio para reiterar que o nosso genial Dalcidio Jurandir, autor entre outros do romance Chove nos Campos de Cachoeira, Belém do Grão Pará, fez uma varação aqui pelo Tapajós...Dalcídio foi considerado o nosso Jorge Amado do Norte.Leia atentamente o que ele próprio relata.Com certeza a dedicada professora Fátima leiroz vai adorar “


“Estava um pouco aperriado com a divisão do município de Itaituba em setores censitários... Tinha vindo desse município, o maior do Brasil, com uma vilazinha jogada na solidão do Tapajós, um poeta da velha escola, com rimas ricas, que é o poeta Rodrigues Pinagé e o prefeito Fortunato, patriarcal prefeito com a mesa farta, mandando buscar a banda de música de Aveiro para tocar no aniversário de sua esposa e a sua malquerença com o judeu Moisés, gordo homem que tem a única frigidérzinha da vila e um piano em casa.


Itaituba não fica muito distante das cachoeiras e dos índios lá do alto Tapajós. Tem também a febre, criatura muito conhecida na Amazônia. Há também umas sondagens de petróleo que ficaram para outra ocasião. Tomei banho, de madrugada, num poço de água sulfurosa, água morna vinda do fundo da terra, que foi uma maravilha. Cheguei a Santarém na lancha "Eulina" rebocando o seu pontão cheio de passageiros, da gente não ter um lugar para armar rede.

Dois dias assim no Tapajós, descendo. Tapajós é um grande rio, seu povo luta asperamente contra a febre, a miséria, a ignorância, a exploração comercial e vai tirando a sua borracha, o seu caucho, couros e plantando seringa na concessão Ford. Sempre dá um movimento à concessão Ford. Pena é que não deixe que os seus trabalhadores tenham garantia alguma no seu trabalho. O Instituto dos Industriários mandou seu funcionário lá e os súditos do Rei do automóvel não quiseram se explicar. Ali na concessão quem manda é Mr. Ford e isso de Caixa de Aposentadoria e Pensões é para Mr. Ford engulir.

Também tem o Dr. Mac Dowel que é um grande advogado, servido por uma incomensurável cultura dentro de biblioteca tipo castelo feudal, majestosa e a pique, com a respectiva ponte levadiça por onde sua senhoria desce para o seu austero e patriótico escritório. Mas isto não quer dizer nada com o prêmio "Dom Casmurro". Estava trabalhando quando me vieram dois telegramas. Fiquei alarmado. Minha família mora em Belém e podia ser alguma notícia má. Mas era o primeiro prêmio.


E o engraçado foi que em Belém deram a noticia da vitória do romance "Marinatambalo", mandado para o concurso pelo Maciel Filho e o meu querido Abguar Bastos. de São Paulo. Quando mandei o "Chove" já o outro andava no concurso. A carta de Abguar avisando, veio na hora em que se mandava o "Chove" pro Rio. Quando minha mulher mandou o telegrama de Brício de Abreu fiquei pensando em Salvaterra, onde passei a limpo, ano passado, o “Marinatambalo” e escrevi o “Chove”.

Do "Chove" tinha uma papelada velha que se pode convencionar como material todo desarrumado e roído de traças, vindo das alturas de 1929. Me lembro que fiz essa tentativa com uma literatura desenfreada e uma pretensão a fazer estilo, que era um espetáculo. Andei escrevendo em Gurupá, depois num barracão no rio Baquiá Preto nas ilhas de Gurupá, onde era empregado.

Ali ensinava os dois meninos do patrão Pais Barreto, a ler, nos livros de Felisberto de Carvalho. Passou o tempo e larguei o troço sob o peso do castigo de tanta presunção literária. Em Salvaterra pensei então retirar do entulho os personagens mal esboçados, o fio de algumas impressões vagamente fixadas e fiz o romance. Nada ficou da tentativa de 1929. Estava de férias como inspetor escolar, na vila de Salvaterra, para onde me mudei de Belém, por medida de economia.


E ganhando 365$000 por mês, porque 100$000 que eu podia ganhar mais, eram para pagar a prestação da máquina de escrever que tive a loucura de comprar. Sem ela não podia ir pra frente o plano de escrever o "Marinatambalo e o "Chove". E eu e Guiomarina, minha mulher. fazíamos os maiores malabarismos com os trezentos e sessenta e cinco. Não éramos somente nós dois em casa.

Eu metido com os dois romances e ela vendo se os trezentos e sessenta e cinco rendiam mais. Tinha umas diárias de 150$000 mas foram cortadas porque vieram as férias escolares. Perdi as diárias magras e arrancadas com unhas e dentes do Sr. Pernambuco Filho, diretor da Educação, apesar de ter sido eu o único inspetor escolar que saiu de Belém sem temer febre, chuva, rompendo atoleiros, andando em montarias, para visitar as escolinhas auxiliares, perdidas no mato e no campo.


Roemos uma chepa fazendo os romances. Depois o dinheiro custava a vir. Esperávamos as canoas de Belém. Uma era a "Antuérpia" e outra era a "Vila de Salvaterra".
Esperávamos angustiados. Tínhamos. é verdade, a camaradagem do Valdemar cavando no boteco pra salvar o capitalzinho, do Veloso da mercearia. do David Paulo. de Soure, da família Bla. Sai com os dois romances mas fiquei devendo dois meses de casa. a sessenta mil por mês, e cento e quarenta mil no Veloso, que ainda não pude pagar.”

30 POEMAS DE AMOR E OUTRAS RAZÕES


Após publicar treze livros, com temas digamos assim incomuns...Sempre ouvia repetidamente a canção morbida dos abutres profetizando a morte da poesia...poesia não vende, sim mas não sobrevivo da poesia, nunca tive o privilégio de me tornar um gigolô das palavras...mesmo assim para provar que o gêneroo lírico ainda tem público(talvez não cativo), lancei 3O Poemas de Amor e outras razões...


O livro foi sucesso absoluto principlamente entre os jovens e adolescentes...deu pra pagar a gráfica...(ufa graças a Deus`...mesmo não ganhando grana, provei que poesia ainda vende, pouco mas vende isso é o que importa...)


Mas ainda tem alguns exemplares... se algum Moicano do amor remanescente quiser adquirir um exemplar fiquem a vontade....Minha mulher lamenta não ter casado com um empresário..disse a ela que se fosse empresário, não teria sido poeta. Será que tem alguma metafísica pelo meio???

a poesia está impregnada na minha vida, no meu espírito, fica impossivel me desvencilhar.




REPÚDIO A PERFEIÇÃO.

Quem busca a perfeição talvez seja um ser alienígena vagando feito Zumbi pelo planeta terra...Chega de mania de perfecionismo o mundo anda muito lógico, um pouquinho de emoção, de lágrimas pode parecer algo dinossáurico mas faz bem pra alma...A felicidade não contem camisa de forças..ele é leve como o voo da gaivota bailando ao sabor do vento...

“Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito.”
Fernando Pessoa

O MENESTREL –

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.

Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.

E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la...

E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam...
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa...

por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo... mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão... e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens...
Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém...
Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar

– Shakespeare


SANGRIA

Esse é fruto e minha lavra, vire pelo avesso sua veia poética também, desinfete as velhas gavetas e desentoque suas inspirações ocultas...Nos mande seus poemas, crônicas, enfim o que você quiser...



Sangrei...
No descaminho
Procurei na essência
A dor
Na esperança de que pudesse encontrar o amor

Mas o tempo rude
Desfigurou em min´alma
O desejo da felicidade
Mas se joguei tudo
Ganhei só a metade

O tempo se foi indiferente
Feito o tirano que feriu seu algoz
Sangrei
Na garganta
Entre o fio tênue
Do que não sonhei, porque sufocaram minha voz.

Não busquei palavras que rimassem
Ou traduzissem o nada
Só sei que sangrei
A beira da estrada
Que me levou
A plenitude do meu ser

E sangrei
Sem melancolia
Longe da utopia
Uma forma estranha de amar
Talvez apenas um simples querer...






SIM O AMOR EXISTE...


Aproveitei o dia os namorados para procurar algo que pudesse representar o espírito verdadeiro desse sentimento inexplicável movido pelas paixões...Encontrei na orla um palhaço Itaitubense distribuíndo flores para os casais românticos...

SIM O AMOR EXISTE...

"Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR. "

Carlos Drummond de Andrade

O amor

O difícil foi escolher, quando li a insustentável leveza do ser, a principio pensei estar entrando num labirinto, mas fui descobrindo que Milan Kundera devassa nossos mais recônditos sentimentos de maneira simples, com palavras que vão fazendo o efeito de uma anestesia de alma...No mais se deleitem com esse texto selecionado, espero que gostem...

Mas seria amor? Estava persuadido de que queria morrer ao lado dela e esse sentimento era claramente exagerado: estava vendo-a então pela segunda vez na vida! Não seria mais a reação histérica de um homem que, compreendendo em seu foro íntimo sua inaptidão para o amor, começa a representar para si próprio a comédia do amor? Ao mesmo tempo, seu subconsciente se mostrava tão covarde que escolhera para sua comédia essa modesta garçonete de província que não tinha praticamente possibilidade de entrar em sua vida.

Olhava os muros sujos do pátio e compreendia que não saberia se era histeria ou amor. E, nessa situação em que um verdadeiro homem saberia agir imediatamente, ele se recriminava por negar assim ao mais belo instante de sua vida (está de joelhos à cabeceira da moça, convencido de não poder sobreviver à sua morte) a sua plena significação.

Torturava-se com recriminações, mas terminou por se convencer de que era no fundo normal que não soubesse o que queria: nunca se pode saber aquilo que se deve querer, pois só se tem uma vida e não se pode nem compará-la com as vidas anteriores nem corrigi-la nas vidas posteriores.

Seria melhor ficar com Teresa ou continuar sozinho? Não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso que faz com que a vida pareça sempre um esboço.

No entanto, mesmo "esboço" não é a palavra certa porque um esboço é sempre um projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é a nossa vida não é o esboço de nada, é um esboço sem quadro. Tomas repete para si mesmo o provérbio alemão: einmal ist keinmat, uma vez não conta, uma vez é nunca. Não poder viver senão uma vida é como não viver nunca.


A insustentável leveza do ser-Milan Kundera

Para refeletirmos,máximas de mestres que garimpei no meu báu das letras...Sabedoria e gotas para enriquecimento o nosso blog...

Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.
Fernando Pessoa

Vós, que sofreis, porque amais, amai ainda mais. Morrer de amor é viver dele.
Victor Hugo

Amor
Quando duas pessoas fazem amor
Não estão apenas fazendo amor
Estão dando corda ao relógio do mundo
Mário Quintana

Só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo.
Carlos Drummond de Andrade

domingo, 14 de junho de 2009

Livros, Filmes, Teatro, Músicas, enfim a revolução do mundo através das artes

Criei este blog para que as pessoas possam exercitar sua criatividade, divulgar suas idéias no universo da cultura. A proposta é trocarmos idéias. Não pretendo criar uma camisa de força com regras nem imposições de nada que possa tolher o espiríto da criação, dos relatos...
Você pode enviar seus poemas, contos, ensaios, textos relacionados a nossa proposta que é difundir a cultura de um modo aberto e espontâneo (autoral ou não), um espaço aberto para que seu talento, criativdade não fique sufocado dentro de uma gaveta obscura, ou que seu talento literário não seja devoradao pelas traças da indiferença.

Um abraço fraterno
Nazareno Santos
riodasletras@gmail.com