terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A VIDA É CURTA???

Conheci Cora Coralina como uma especíde de fadas do doce...Da culinária sua sensibilidade foi canalizada aos poemas que são belissimos mesmo por por sua simplicidade complexa ou complexa simplicidade.Uma coisa soube fazer como maestria foi viver.Viteu tão intensamente que os deixou recado para não perdemos tempo com coisas míudas,pequenas, porque a grandeza da vida está na criação...

Saber Viver Não sei... Se a vida é curta Ou longa demais pra nós, Mas sei que nada do que vivemos Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: Colo que acolhe, Braço que envolve, Palavra que conforta, Silêncio que respeita, Alegria que contagia, Lágrima que corre, Olhar que a
Saber Viver Não sei... Se a vida é curta Ou longa demais pra nós, Mas sei que nada do que vivemos Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: Colo que acolhe, Braço que envolve, Palavra que conforta, Silêncio que respeita, Alegria que contagia, Lágrima que corre, Olhar que acaricia, Desejo que sacia, Amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, É o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela Não seja nem curta, Nem longa demais, Mas que seja intensa, Verdadeira, pura...


Enquanto durar Na coleção de 621 pessoasEste é um poema de amor tão meigo, tão terno, tão teu... É uma oferenda aos teus momentos de luta e de brisa e de céu... E eu, quero te servir a poesia numa concha azul do mar ou numa cesta de flores do campo. Talvez tu possas entender o meu amor. Mas se isso não acontecer, não importa. Já está declarado e estampado nas linhas e entrelinhas deste pequeno poema, o verso; o tão famoso e inesperado verso que te deixará pasmo, surpreso, perplexo... eu te amo, perdoa-me, eu te amo... "Poeminha Amorosocaricia, Desejo que sacia, Amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, É o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela Não seja nem curta, Nem longa demais, Mas que seja intensa, Verdadeira, pura... Enquanto durar

“HumildadeSenhor, fazei com que eu aceite minha pobreza tal como sempre foi. Que não sinta o que não tenho. Não lamente o que podia ter e se perdeu por caminhos errados e nunca mais voltou. Dai, Senhor, que minha humildade seja como a chuva desejada caindo mansa, longa noite escura numa terra sedenta e num telhado velho. Que eu possa agradecer a Vós, minha cama estreita, minhas coisinhas pobres, minha casa de chão, pedras e tábuas remontadas. E ter sempre um feixe de lenha debaixo do meu fogão de taipa, e acender, eu mesma, o fogo alegre da minha casa na manhã de um novo dia que começa

NÃO SEI... Não sei... se a vida é curta...Não sei... Não sei...se a vida é curta ou longa demais para nós. Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que sacia, amor que promove.E isso não é coisa de outro mundo: é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira e pura... enquanto durar.

POEMAS PARA SEREM SEMPRE LEMBRADOS




JORGE LUIS BORGES
diria o velho Borges, como a um íntimo nosso.Um poeta intimista como um legista da alma revolvendo nossos orgãos vitais...Mas vital mesmo é a poesia, viva o velho novo poeta revivendo nossos sonhos mais recônditos.


EVERNESS

Só uma coisa não há: e esta é o olvido.
Deus, que salva o metal, e salva a escória,
cifra em Sua profética memória
as luas que serão e as que têm sido.
Já tudo fica. A seqüência infinita
de imagens que entre a aurora e o fim do dia
teu rosto nos espelhos deposita
e essas que irá deixando todavia.
E tudo é só uma parte do diverso
cristal desta memória: o universo.
Não têm fim os seus árduos corredores,
e se fecham as portas ao passares;
e só quando na noite penetrares,
do Arquétipo verás os esplendores.


UM CEGO


Não sei qual é a face que me mira
quando miro essa face que há no espelho;
e desconheço no reflexo o velho
que o escruta, com silente e exausta ira.
Lento na sombra, com a mão exploro
meus traços invisíveis. Um lampejo
me alcança. O seu cabelo, que entrevejo,
é todo cinza ou é ainda de ouro.
Repito que perdi unicamente
a superfície vã das simples coisas.
Meu consolo é de Milton e é valente,
porém penso nas letras e nas rosas.
Penso que se pudesse ver meu rosto
saberia quem sou neste sol-posto.

A CHUVA


A tarde bruscamente se aclarou,
porque já cai a chuva minuciosa.
Cai e caiu. A chuva é só uma coisa
que o passado por certo freqüentou.
Quem a escuta cair já recobrou
o tempo em que a fortuna venturosa
uma flor lhe mostrou chamada rosa
e a cor bizarra do que cor tomou.
Esta chuva que treme sobre os vidros
alegrará nuns arrabaldes idos
as negras uvas de uma parra em horto
que não existe mais. A umedecida
tarde me traz a voz, a voz querida
de meu pai que retorna e não é morto.



XADREZ

I

Em seu grave rincão, os jogadores
as peças vão movendo. O tabuleiro
retarda-os até a aurora em seu severo
âmbito, em que se odeiam duas cores.
Dentro irradiam mágicos rigores
as formas: torre homérica, ligeiro
cavalo, armada rainha, rei postreiro,
oblíquo bispo e peões agressores.
Quando esses jogadores tenham ido,
quando o amplo tempo os haja consumido,
por certo não terá cessado o rito.
Foi no Oriente que se armou tal guerra,
cujo anfiteatro é hoje toda a terra.
Como aquele outro, este jogo é infinito.

II

Rei tênue, torto bispo, encarniçada
rainha, torre direta e peão ladino
por sobre o negro e o branco do caminho
buscam e libram a batalha armada.
Desconhecem que a mão assinalada
do jogador governa seu destino,
não sabem que um rigor adamantino
sujeita seu arbítrio e sua jornada.
Também o jogador é prisioneiro
(diz-nos Omar) de um outro tabuleiro
de negras noites e de brancos dias.
Deus move o jogador, e este a peleja.
Que deus por trás de Deus a trama enseja
de poeira e tempo e sonho e agonias?

O SUICIDA

Não restará na noite uma estrela.
Não restará a noite.
Morrerei, e comigo a soma
do intolerável universo.
Apagarei as pirâmides, as medalhas,
os continentes e os rostos.
Apagarei a acumulação do passado.
Transformarei em pó a história, em pó o pó.
Estou mirando o último poente.
Ouço o último pássaro.
Deixo o nada a ninguém.
Complemento dizendo só restará o silêncio
Fustigando o inexplicável movido pela razão do nada como fuga efêmera de
um todo invisível como nosso ser ferido...

(Traduções de Renato Suttana)

RAINER MARIA RILKE UM POETA INOVADOR


Registro no blog um poeta que dispensa comentáios que diria são textos que removem o que há de mais verdadeiro nos subterrâneos do espirito humano. Leia, conheça produndament o poeta alemão que já foi bastante traduzido no mundo.
Rainer Maria Rilke nasceu em Praga em 4 de dezembro de 1875. É considerado como um dos mais importantes poetas modernos da literatura e língua alemã, por sua obra inovadora e seu incomparável estilo lírico.

"Poeta fundamental, Rilke é a voz de uma época em transição. Talvez seja a última voz do seu tempo, aquela que anunciou o "fim dos tempos modernos", como quer Romano Guardini, e ao mesmo tempo a primeira voz e o primeiro poeta dessa nova era que estamos começando a viver."
(Paulo Plínio Abreu - parte de uma introdução sobre a obra de Rilke publicado no jornal paraense:"Folha do Norte" entre os anos de 1946 e 1948)
O Livro de Imagens. Das Buch der Bilder, 1902.
.
"No mundo, a coisa é determinada, na arte ela o deve ser mais ainda: subtraída a todo o acidente, libertada de toda a penumbra, arrebatada ao tempo e entregue ao espaço, ela se torna permanência, ela atinge a eternidade. (...)"
§
"Quero viver como se o meu tempo fosse ilimitado. Quero me recolher, me retirar das ocupações efêmeras. Mas ouço vozes, vozes benevolentes, passos que se aproximam e minhas portas se abrem..."
§
"Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranqüila de sua noite:"Sou mesmo forçado a escrever?" Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples "sou", então construa a sua vida de acordo com esta necessidade. Sua vida, até em sua hora mais indiferente e anódina, deverá tornar-se o sinal e o testemunho de tal pressão. Aproxime-se então da natureza. Depois procure, como se fosse o primeiro homem, a dizer o que vê, vive, ama e perde. (...)"

O torso arcaico de Apolo
Não conhecemos sua cabeça inauditaOnde as pupilas amadureciam. MasSeu torso brilha ainda como um candelabroNo qual o seu olhar, sobre si mesmo voltado
Detém-se e brilha. Do contrário não poderiaSeu mamilo cegar-te e nem à leve curvaDos rins poderia chegar um sorrisoAté aquele centro, donde o sexo pendia.
De outro modo erger-se-ia esta pedra breve e mutiladaSob a queda translúcida dos ombros.E não tremeria assim, como pele selvagem.
E nem explodiria para além de todas as fronteirasTal como uma estrela. Pois nela não há lugarQue não te mire: precisas mudar de vida.
(Tradução: Paulo Quintela)

- Que farás tu, meu Deus, se eu perecer?
Que farás tu, meu Deus, se eu perecer?Eu sou o teu vaso - e se me quebro?Eu sou tua água - e se apodreço?Sou tua roupa e teu trabalhoComigo perdes tu o teu sentido.
Depois de mim não terás um lugarOnde as palavras ardentes te saúdem.Dos teus pés cansados cairãoAs sandálias que sou.Perderás tua ampla túnica.Teu olhar que em minhas pálpebras,Como num travesseiro,Ardentemente recebo,Virá me procurar por largo tempoE se deitará, na hora do crepúsculo,No duro chão de pedra.
Que farás tu, meu Deus? O medo me domina.
(Tradução: Paulo Plínio Abreu)

- Hora GraveQuem agora chora em algum lugar do mundo,Sem razão chora no mundo,Chora por mim.
Quem agora ri em algum lugar na noite,Sem razão ri dentro da noite,Ri-se de mim.
Quem agora caminha em algum lugar no mundo,Sem razão caminha no mundo,Vem a mim.
Quem agora morre em algum lugar no mundo,Sem razão morre no mundo,Olha para mim.
(Tradução: Paulo Plínio Abreu)

Morgue
Estão prontos, ali, como a esperarque um gesto só, ainda que tardio,possa reconciliar com tanto frioos corpos e um ao outro harmonizar;
como se algo faltasse para o fim.Que nome no seu bolso já vaziohá por achar? Alguém procura, enfim,enxugar dos seus lábios o fastio:
em vão; eles só ficam mais polidos.A barba está mais dura, todaviaficou mais limpa ao toque do vigia,
para não repugnar o circunstante.Os olhos, sob a pálpebra, invertidos,olham só para dentro, doravante.
A PANTERA

(Tradução: Augusto de Campos)
No Jardin des Plantes, Paris
De tanto olhar as grades seu olharesmoreceu e nada mais aferra.Como se houvesse só grades na terra:grades, apenas grades para olhar.
A onda andante e flexível do seu vultoem círculos concêntricos decresce,dança de força em torno a um ponto ocultono qual um grande impulso se arrefece.
De vez em quando o fecho da pupilase abre em silêncio. Uma imagem, então,na tensa paz dos músculos se instilapara morrer no coração.
(Tradução:
Augusto de Campos)

A GAZELA
Mágico ser: onde encontrar quem colhaduas palavras numa rima iguala essa que pulsa em ti como um sinal?De tua fronte se erguem lira e folha
e tudo o que és se move em similarcanto de amor cujas palavras, quaispétalas, vão caindo sobre o olharde quem fechou os olhos, sem ler mais,
para te ver: no alerta dos sentidos,em cada perna os saltos reprimidossem disparar, enquanto só a fronte
a prumo, prestes, pára: assim, na fonte,a banhista que um frêmito assustasse:a chispa de água no voltear da face.

SÃO SEBASTIÃO
Como alguém que jazesse, está de pé,sustentado por sua grande fé.Como mãe que amamenta, a tudo alheia,grinalda que a si mesma se cerceia.
E as setas chegam: de espaço em espaço,como se de seu corpo desferidas,tremendo em suas pontas soltas de aço.Mas ele ri, incólume, às feridas.
Num só passo a tristeza sobrevéme em seus olhos desnudos se detém,até que a neguem, como bagatela,e como se poupassem com desdémos destrutores de uma coisa bela.
(Tradução:
Augusto de Campos)

O ANJO
Com um mover da fronte ele descartatudo o que obriga, tudo o que coarta,pois em seu coração, quando ela o adentra,a eterna Vinda os círculos concentra.
O céu com muitas formas Ihe aparecee cada qual demanda: vem, conhece -.Não dês às suas mãos ligeiras nemum só fardo; pois ele, à noite, vem
à tua casa conferir teu peso,cheio de ira, e com a mão mais dura,como se fosses sua criatura,te arranca do teu molde com desprezo.

BORGHESE
Duas velhas bacias sobrepondosuas bordas de mármore redondo.Do alto a água fluindo, devagar,sobre a água, mais em baixo, a esperar,
muda, ao murmúrio, em diálogo secreto,como que só no côncavo da mão,entremostrando um singular objeto:o céu, atrás da verde escuridão;
ela mesma a escorrer na bela pia,em círculos e círculos, constante-mente, impassível e sem nostalgia,
descendo pelo musgo circundanteao espelho da última baciaque faz sorrir, fechando a travessia.
Dançarina Espanhola
Como um fósforo a arder antes que cresçaa flama, distendendo em raios brancossuas línguas de luz, assim começae se alastra ao redor, ágil e ardente,a dança em arco aos trêmulos arrancos.
E logo ela é só flama, inteiramente.
Com um olhar põe fogo nos cabelose com a arte sutil dos tornozelosincendeia também os seus vestidosde onde, serpentes doidas, a rompê-los,saltam os braços nus com estalidos.
Então, como se fosse um feixe aceso,colhe o fogo num gesto de desprezo,atira-o bruscamente no tabladoe o contempla. Ei-lo ao rés do chão, irado,a sustentar ainda a chama viva.Mas ela, do alto, num leve sorrisode saudação, erguendo a fronte altiva,pisa-o com seu pequeno pé preciso.

O CEGO

Ele caminha e interrompe a cidade, que não existe em sua cela escura, como uma escura rachadura numa taça atravessa a claridade.
Sombras das coisas, como numa folha, nele se riscam sem que ele as acolha:só sensações de tato, como sondas,captam o mundo em diminutas ondas:
serenidade; resistência -como se à espera de escolher alguém, atento,ele soergue, quase em reverência,a mão, como num casamento.

SÓ UM POEMINHA DE NATAL

Final de anos
Dos tempos insanos
Fim de festa
Apaguem a luz
Aproveitem o que resta
Troquem presentes
Sejam ausentes
Depurem o que é é bom e o que não presta

Do bolo
àcido que envenena a cobiça
Da palavra amarga pela hipocrisia
Que traga feito cigarro com nicotina

Final de ano
Natal
Tudo bem ou tudo mal
A oração decorada
a bocha fechada pela omissão

Jesus ausente da mesa
Papai Noel surge de supresa
Quem nasceu
Quem morreu
Quem está nas trevas ou na Luz
Papai Noel porco chauvisnista capitalista
Ou o menino idealista que morreu dependurado na cruz?

Ano Novo com velhos hábitos pelo avesso
Feliz Natal
Ano Novo normal
Afinal tudo tem seu preço

Quem comeu quem
E quem comeu o quê
A antropofagia social
No fundo é mais imoral
Do que rez a etiqueta padrão
Viver pela decência
Talvez requeira a clemência do perdão...

Feliz Natal, um novo ano realmente novo

Nazareno Santos- (Criador do Blog)


PEÇA CORDÃO DO TANGARÁ

Canto de entrada(0 cordão entra cantando e faz meia lua)

O nosso cordão é tão belo e animado
Voltou este ano entusiasmado
São João, São Joâo acende a fogueira do meu coração
São João acende a fogueira do meu coração

Neta bela quadra de balões e de fogueiras
Cantemos alegres e com animação
Viva São João

Cantemos alegres com animação
Homenageando todos que aqui estão
São João, São João,acende a foguueira do meu coração
São João,São João acende a fogueira do eu coração

Agora já etão todos em seus lugares para o canto de apresentação

Eis aqui meus senhores e senhoras
O nosso Tangará
Que veio representar aos senhores
Veio mostrar como é encantar
O nosso grupo de todos é o primeiro
Po´rem é o que vence, é de todos o mais querido
O mais querido deste povo itaitubense
.
(Fragamento, do Livro "Cordão do Tangará", de autoria da folclorista Itaitubense
Idolasy Moraes das Neves. A obra pode ser adquirida na residencia da autora-Trav:Paes de Carvalho nº 208
ou pelotelefone 55(93)3518-5619
E-meio dicult2008@hotmail.com.O exemplar custa apenas R$15,00 e ale a pena a valorização de nossa fértil cultura popular.

MENINA FLOR NUM CINCO DE JULHO

Cai a noite! Vem com ela a chuva fina
Molhar alegre o rosto feminino
Por uma calma rua ali seguindo
Ao aproximar-se de menina flor
Quem a ela dedicara tanto amor
Vê um feliz coração pro amor se abrindo

Cinco de julho traz grande emeoção
Tem a moça alegria no coração
Mais uma rosa vê desabrochar
Neste Instante, o rapaz usando a chave
Seu peito,llevemente a tocar, abre-0
Ocupando aquele único lugar

Ao vê-la trabalhando em casa amiga
Senti nascer o sol de minha vida
Trazendo um novo dia pra mim
Hoje, a luz do seu olhar,doce menina
Vem brilhar nesta noite que é so minha
A treva do meu peito dando fim

Há um mês,pulsou-me forte o coração
Procurei descobrir a razão
Que o deixara inquieto,desse jeito
É dificl se ouvir a voz do amor
Porém meu coração se enganou
Abrindo a porta do meu pobre peito

Este amor os envolve por inteiros
Surge, então o juramento verdadeiro
Um ao fazer grande companhia
Entre a flor perfumada, entre os espinhos
Haver compreensão, amor,carinho
Da tristeza tirar doce alegrai!...

Num beijo, Fábio e Mara se espedem
E felizes, a suas casas seguem
Movido pelo amor que começara
A mente doméstica é levada
Pela força a rever seu namorado
Que ao distante trabalho retornara!

Poema do Livro Camponeses(conto-poema)
de autoria do escritor João Jesus(de Altamira)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

MUITO LEGAL A CAMPANHA DOS 100 ANOS DA CAMPANHA DOS 100 ANOS DA CAMPANHA DA ABI

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.Não, espere.Não espere.Ela pode sumir com seu dinheiro.23,4.2,34.Pode criar heróis..Isso só, ele resolve.Isso só ele resolve.Ela pode ser a solução.Vamos perder, nada foi resolvido.Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião.Não queremos saber.Não, queremos saber..A vírgula pode condenar ou salvar. Não tenha clemência!Não, tenha clemência!Uma vírgula muda tudo.ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.
Detalhes Adicionais:SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER...* Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM...

IDOLAZIR NEVES,UM PATRIMÔNIO CULTURAL DE NOSSOS CORDÕES DE PASSÁROS


Ela agora tem registrada em um livro, seu talento e sua produção da cultura popular dos cordões de pássaros com enfase ao Tangará. Idolazir Neves pioneira nessa arte popular na década de sessenta montou varios espetáculos que saiam pelas ruas de nossa cidade como um teatro caboclo.

O livro tem uma edição bem produzida foi patrocinada pelo Instituto de artes do Pará e está custando apenas quinze reais. Nele estão inseridas todas as letras do cordão do Tangará com as letras cifradas num trabalho bem elaborado.
A obra muito mais do que um mero registro salva uma cultura que ainda estava apenas na oralidade, o que servirá de referência para as geraçõe futuras. Idolazir com sua simplidade cativante produziu belos textos que valem a pena serem conhecidos e acima de tudo valorizados.

Quem quiser adquirir o livro pode enviar pedido pelo E-mail Tribunna@hotmail, que estaremos dando todo apoio necessário, atraves deste blog literário.









domingo, 20 de dezembro de 2009

OS ESCRITORES PARAENSES ESTÃO ENVIANDO SUAS OBRAS PARA O BLOG.




Acuso o recebimento via postal de duas excelentes obras de grande valor literário, de autoria do professor João de Jesus que também é sociólogo. Com excelente encadernação o livro do escritor de Almeirim, (vivendo atualmente em Altamira) Música Popular e Identidade Nacional, discurso e contradiscurso na ditadura militar, um livro de 104 páginas editado pela Editora Cejup, é um documento que guarda a memória musical analítica do Brasil



O livro com muita propriedade aborda temas de grande relevância histórica cultural pelo universo da música falando da identidade etnocultural, sociedade do ontem e de hoje onde fala do encontro entres os colonizadores e o povo nativo, e o choque cultural.



João de Jesus se vale da música utilizando letras de artistas consagrados da MPB como Chico Buarque, Caetano e Gilberto Gil, para fazer sua análise sociológica para que possamos compreender essa relação cultural sob o ponto de vista da música na construção de nossa identidade.



O livro é interessante porque cruza as várias etapas de nossa musicalidade, não apenas enquanto ritmo, mas enquanto influência, modismo, linguagem comportamento, enfim é um estudo de muita profundidade acessível ao leigo e aos especialistas no assunto.



O outro exemplar do professor, que inclusive tem usado alguns textos meus em suas aulas de avaliações na Universidade Federal do Pará, desta feita mergulha nos subterrâneos da poesia lírica (daí sua versatilidade e ecletismo no manuseio das palavras), com o livro UM POUCO DE AMOR.



São 121 poemas, escritos com uma alquimia que só a alma de um poeta caboclo poderia traduzir ao mesmo tempo com maestria e simplicidade, burilando as palavras como a um ourives que manuseia um diamante bruto revelando sua real beleza...



Poesia não é mágica, é essência, é escancaramento interior onde os sentimentos fluem do nada ou de uma trajetória com roteiro pré estabelecido. Mas a poética do professor Jesus tem a força da Pororoca que nas margens carrega tudo pelo caminho lavando de sensibilidade os corações talvez mais resistentes aos encantos da poesia... Li gostei e recomendo.




Inclusive para aquisição das obras acima citadas ou troca de idéias com o escritor os contatos são:


E-meio jjesus@ufpa.br ou fone(93) 3515-3996


QUE IMPORTÂNCIA TEM A VÍRGULA?


Faço aqui uma abordagem sobre vírgula, considerada terror de alguns escritores. Jose Saramago, por exemplo, vive as turras com ela e faz questão de arbitrariamente atropelá-la nos seus herméticos, mas interessantes romances que se destacam mais pelas polêmicas.


Mas o tema aqui não e o escritor português, mas sim a bendita ou maldita vírgula, uma coisa aparentemente simples, mas que pode de forma sutil abortar uma idéia prestes a explodir na cabeça de quem está escrevendo algum tipo de texto.


Mas a propósito a excelente revista (que recomendo aos meus honrados internautas que tem enveredado por esse blog) LINGUA PORTUGESA, traz de capa matéria que fala sobre o uso da vírgula com o título “Reinado da Vírgula”.


Eu entendo, não gosto nem preocupo com as vírgulas, também sou meio arbitrário em relação a elas embora sabendo que não posso ignorá-las tratá-la como um corpo estranho em meio aos textos, mas acho que ela é muito saliente, arrogante, imprevisível, mas necessária.


Inconclusa, demarcadora de fronteiras, intercalações, lógica, articulada, enfatizadora, são muitos os atributos concedidos a ela, mas o certo é que quando escrevemos somos peão amansando burro brabo, ela por sua rebeldia nos desafia, e precisamos domá-la em dado momento de nossas inquietações textuais produtivas.


Euclides da Cunha a usava apenas para marcar pausa mecânica,também denominada de pausa respiratória.Se você quiser queimar neurônios com pausas respiratórias ou qualquer outra ação que o leve a exorcizar os demônios da virgula fique a vontade...Mas não entre em paranóia por causa disso.

Se você que gosta de escrever também vive em conflitos com o uso da virgula escreva pro blog expressando seu ponto de vista. Mande pelo Email Tribunna@hotmail.com, que postaremos com grande prazer.





CRESTOMATIA PÓETICA E LITERÁRIA,UMA VIAGEM NO TEMPO


Recebi via correio e li com grande interesse o mais recente livro do professor Eugênio Bartolomeu Costa Ferraz, que mora na minha querida Castanhal. É um livro eclético onde o que menos importa é o estilo. O autor relata fatos, história com muita naturalidade tornando-se até certo ponto muito íntimo do leitor.


Eugênio Bartolomeu, vai além do escritor é ativista do bem, procura envolver o leitor na sua causa ambiental, politica poética, nos convida a embarcar numa nau menos louca, nos convida a preservarmos o planeta, não como um Dom Quichote combatendo inimigos ao acaso, mas como um idelaista-sonhador ou sonhador idealista como queiram.


Apesar do titulo denso o livro é leve pode ser lido de uma maneira despretenciosa, mas ao mesmo tempo envolvente. Não estou aqui escrevendo critca literária, estou expressando o que absorvi do livro, principlamente no que tange a figura memorável de um herói de sua época, Padre Melo que aos poucos vem a tona nos textos de Eugênio, já que na época da ditaura foi massacrado em suas idéias, que hoje continuam vivas na escita do professor Eugênio...


Aqui reproduzo um trecho do poema Cosmocracia. No íncio da história, a humandade inventou, a teocracia como governo. Deus ou os deuses mandavam, pelos profetas seus mensageiros, todo povo obedecia, ai usurpadores aparaceram disfarçados de profetas e a todo povo enganou,virou anarquia, bagunça mesmo, então o povo decretou, Teocracia nunca mais, outra fase foi criada, veio a tal Monarquia...Revolução das idéias, isso está impregnado nos textos que merece uma leitura mais aprofundada em sua integra.

Quem estiver interessado pode contactar o autor pelo E-mail ebcferraz@hotmail.com ou pelo celular- (91)9601-8380-Castanhal -Pará


domingo, 19 de julho de 2009

OS POEMAS

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.


Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.

E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...


Mário Quintana-Poeta

FICAR VELHO?

Você se considera velho ou o velha???>neste poema fica a lição sobre a passagem do tempo e o quanto podemos viver intensamente independente de idade...

Ficar velho é
deixar enguiçar
o sonho, o propósito, a capacidade de criar.

Ficar velho é
deixar morrer o pensamento novo
que não para de gritar.
Ficar velho é
correr em sentido contrário
das belezas da vida,

sustentar doendo aquela antiga ferida.
Ficar velho é
entregar os pontos, desistir, calar.
Ficar velho é,


não querer enxergar oportunidades,
tapar o sol com a peneira,
ao invés de recriar o tempo,
seguir em frente,
lutar.


Ivone Boecaht

QUERER

Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.


Pablo Neruda

A MULHER

Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento


Florbela Espanca-poetisa chilena

DESENCANTO


Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre.
Manuel Bandeira

SUPER FRASE: INTERESSANTES E INTELIGENTES

Comecei a beber por causa de uma mulher, e nunca tive a oportunidade de agradecê-la. (Autor Anônimo)

- Sob Nova Direção: recém desquitada... (Autora Anônima)

- Mulher de mini-saia é o mesmo que cerca de arame farpado. Cerca a propriedade, mas não tapa a visão. (Autor Anônimo)

- Eu sempre me importei com a beleza interior da mulher. Uma vez dentro... beleza! (Autor Anônimo)

- 99% da beleza feminina sai com água e sabão. (Autor Anônimo)

- Viva cada dia como se fosse o último. Um dia você acerta. (Autor Anônimo)

- Não sei nada sobre sexo. Sempre fui casada. (Greta Garbo, atriz)

- Não se esqueça, Jesus te ama... mas eu não! (Autor Anônimo)

- O casamento é uma loteria. Agora, me responda, com sinceridade: quantas vezes você já ganhou na loteria? (Miguel Paiva)

- Nada mais grotesco do que dois americanos se congratulando por serem heterossexuais. Isto só acontece nos Estados Unidos. Nunca vi dois italianos se congratulando por gostar de mulheres. Para eles, isso é normal. (Gore Vidal)

- Para se dar bem com as mulheres, diga que é impotente. Elas ficarão loucas para desmenti-lo. (Cary Grant, ator)

- Crianças nós somos, a vida toda. O que muda são os preços dos brinquedos. (Autor Anônimo)

- Clítoris ou clitóris? Lá no Norte, mulher não tem essas coisas não. E, se tiver, entra na vara! (Raquel de Queiroz, escritora)

- O que eu gosto na masturbação é que você não tem que dizer nada depois. (Milos Forman, cineasta)

- A castidade é a mais anti-natural de todas as perversões sexuais. (Aldous Huxley, escritor)

- O homem de duas caras geralmente usa a pior. (Stanislaw Ponte Preta - Sérgio Porto)

O AMOR,QUANDO SE REVELA


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há-de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Fernando Pessoa

VOCÊ É PESSIMISTA.REFLITA SOBRE ESSE BELO POEMA DE PESSOA

Onde você vê um obstáculo,
alguém vê o término da viagem
e o outro vê uma chance de crescer.
Onde você vê um motivo pra se irritar,
Alguém vê a tragédia total
E o outro vê uma prova para sua paciência.


Onde você vê a morte,
Alguém vê o fim
E o outro vê o começo de uma nova etapa...
Onde você vê a fortuna,
Alguém vê a riqueza material
E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.
Onde você vê a teimosia,
Alguém vê a ignorância,


Um outro compreende as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.
E que é inútil querer apressar o passo do outro,
a não ser que ele deseje isso.


Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.
"Porque eu sou do tamanho do que vejo.
E não do tamanho da minha altura."


Fernando Pessoa

SINA

Não ouço canções
Vejo notas dissonantes na tv
Choro em silêncio
Corpos disformes eviscerados explodem
Penso nas razões mortas
Nas mãos postas,
No pé trôpego
Cambaleante
Sem o instante
De ser

Choro em silêncio
Estou distante
Livre das bombas
Mas preso à indiferença humana
Que devora cada ser
Que ao vivo em cores
Me passa dissabores
De não poder viver

Minha faixa de Gaza pode estar bem perto
Pelo ódio mal contido
Minha bomba de efeito retardado
Posso explodir em alguém que está ao meu lado
Vagando no deserto
De palavras mudas
Que cortam minha carne
Sangram minha alma
E me faz crer

Que as canções mudas
Os estampidos surdos
Da auto destruição
Entre Israel e Palestina
Pode ser a ante sala do céu e inferno
Dos inocentes condenados a essa sanha
A essa sina
Assassina

Nazareno Santos

O SILÊNCIO PODE SER UM GESTO DE CUMPLICIDADE

'O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons.'

Martin Luther King -

VOCÊ REALMENTE SABE LER?

Para Aurélio Buarque de Holanda Leitura significa ato ou efeito de lê. Arte ou hábito de ler, arte de decifrar e fixar um texto de autor, segundo determinado critério. Já Paulo Freire além da leitura propriamente dita pela aprendizagem dos signos lingüísticos defende a chamada leitura de mundo baseada na experiência do indivíduo. Esse foi o tema do meu TCC de conclusão do Curso de letras. O assunto instigante me fez repensar meus conceitos de leitura...Porque também passei a habituar me a leitura do mundo um mundo de letras invisíveis, que nos revelam belas histórias ignoradas nos tratados acadêmicos.
SENSORIAL
Tipo de leitura que envolve a visão, o tato, audição, olfato, gosto. Não se trata de uma leitura elaborada Começa cedo ainda, predominando as ilustrações desenhos, cor tessitura etc...

EMOCIONAL
Parece superficial pela sua própria natureza. Tipo de leitura que lida com os sentimentos. Fica mais no terreno das emoções, como leitura de lazer, embora não signifique também que seja superficial.

RACIONAL

Enfatiza o intelectualismo. Ela acrescenta a sensorial e emocional o estabelecimento de uma ponte entre o leitor e o conhecimento.

INTENSIVA
Consite na leitura silenciosa ou oral e um pequeno trecho e de estudo das suas particularidades, tipo de leitura praticada em todas as escolas. Ela é revisada através de questionários.
EXTENSIVA
Ocorre através de leitura de um texto bastante longo, no mínimo três vezes mais do que o texto para leitura intensiva. Ela deve ir até ao seu final sem interrupções. È o tipo de leitura mais indicada para despertar na alma do estudante (leitor) o prazer e o amor pela leitura.

SUPLEMENTAR

É a leitura extensiva em ponto maior, vale dizer, a leitura de um livro inteirinho com o objetivo apenas da compreensão. Nesse tipo de leitura o livro não deve ser imposto, mas sugerido e livremente escolhido pelo aluno, sendo que após a leitura de um trecho o professor pode incentivar a classe que leia todo o livro.

LEITURA CENTRIFUGADA
Cada elemento do texto deve ser interpretado em razão do todo, relacionando a obra com a intenção que garante a unidade do sentido.


MODALIDADES DE LEITURAS

SILÊNCIOSA
Na leitura silenciosa o leitor não precisa explicar a conexão entre os sinais gráficos e significados. Por isso economiza tempo e esforço. Ela facilita assim a compreensão promovendo o estímulo pela leitura.

ORAL
A Leitura silenciosa compreende todas as operações que fazem parte da leitura silenciosa, mais produção de sons ou seqüências de sons em respostas ao estímulo visual.

O Amor nasce ou é feito??

"Quando duas pessoas fazem amor
Não estão apenas fazendo amor
Estão dando corda ao relógio do mundo
"


Mário Quintana-Poeta

QUANTO CUSTA UM SONHO???

"Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso."

Fernando Pessoa -poeta português

UM NOVO SER...

Minhas manhãs são
Esperanças vivas
Num olhar soturno
Febril de amor

Minhas tardes
São mãos estendidas
Sobre o dorso de vozes cansadas
Que cantam
O amor em notas dissonantes
Que te buscam na eternidade
De todos os instantes

Minhas noites
Sãos como jovens que saltitam
Nas calçadas iluminadas em Luz de Néon
São como velhos que olham
O infinito embalsamando imagens
E resgatando saudades
Que caem sobre rostos
Tristes
Em forma de lágrimas
De esperança

Minhas noites passam insones
Como o choro da criança pela
Ausência materna
Meu novo amanhecer
É apenas a réstia
De uma luz fraterna
Debruçada na janela
Do meu novo ser...

Minha vida são partículas
Fragmentadas de cada segundo
Onde viram pensamentos
Que me levam a voar
Ao infinito do mundo-

Nazareno Santos




O TEMPO DE SER

Quando achamos que o tempo já passou
O tempo de uma nova estação
O tempo de cruzar olhares absortos
De dizer palavras que possam confortar


O tempo pode ser o instante fugaz da verdade
Pode ser uma força indômita
Que a paixão transforma em fragilidade
Pode ser o que calamos
Ou o que falamos apenas pela metade


O tempo pode ser o roçar do vento
Em nossas peles
Pode ser o gesto impensado
Pode ser o pensamento
Levando-nos
Ao mais abissal dos oceanos
Pode ser o amor com suas várias faces
Pode ser a paixão com seus desenganos


O tempo pode ser a solidão
Do não querer
Pode ser uma lágrima rolando pelo chão
Pode ser o riso triste de quem parte
Ou a dor silenciosa de quem fica


O amor pode ser a razão do tempo
Ou o tempo à razão do amor
Mas o sentir não se explica
Não há tradução pra dor...

O amor não conta tempo, razão.
Nem tem idade
Quando bate a paixão
O que vale é a intensidade
Do querer
Porque o sentir se vai pra sempre
Na busca da felicidade.

domingo, 5 de julho de 2009

A ADOPÇÃO DA NOVA ORTOGRAFIA PODE SER ÓPTIMA

O acordo foi firmado em 1990,mas passou a valer somente em janeiro deste ano. Com isso creio que o Brasil ganhará espaço em relação aos paises luso-fonos. Agora os portugueses também terão que promover mudanças, por sinal mais mudanças do que nós na escrita,.

Com esse novo acordo acção passa a ser ação.E também some o h inicial de herva e húmido (que aqui já é escrito sem o H). Mas o que percebo que está aporrinhando a vida de muita gente foi à questão do hífen, que ainda vem confundindo muitos escribas desatentos por ai. Como a reforma oficialmente será cobrada somente em 2012, a maioria ainda prefere escrever na antiga regra.

Mas o acordo (que erroneamente vem sendo chamado de reforma ortográfica) deixou o português com dois Cânones oficiais ortográficos, um português e outro brasileiro. Além da unificação da grafia, o acordo propõe simplificar o idioma nos mesmos moldes de quando ocorreu na década de 1910, quando na ´época se escrevia Pharmacia e Cristallino (para farmácia e cristalino), já sem o ph, o ch e o li.

Só que isso foi feito à revelia, as mudanças foram feitas pelos portugueses que de maneira unilateral promoveram as mudanças. Não pretendo dar aula sobre acordo ortográfico mas apenas tecer esses breves comentários sobre um tema instigante.

Mas não mudou tanta coisa assim apenas engolimos (como engolimos tantos sapos nestes pais) a letra é, que agora não tem mais acento em assembléia, idéia, jibóia, no mais baiùca virou baiúca, feiúra-feiura. O tal do trema que ninguém usava mesmo também foi pro espaço...No mais é questão de paciência e dedicação para entender essa mixórdia ortográfica...

Eu particularmente estou arbitrário transitando entre a regra atual e a de 2012. creio que como a maioria dos brasileiros ainda estou com certeza tentando me acostumar. Mas se não quiser criar paranóia pode ir péla (do verbo pelar) ou pela (a união da preposição com o artigo) e assim por diante. Agora falta só tirar o acento (ou assento) do Zé Sarney...

O CARTEIRO ME DISSE QUE AS PESSOAS NÃO ESCREVEM MAIS CARTAS....

Isso é uma prosa, sem estilo, mas apenas divagações no sentido de jogar conversa fora...Mas descobri que as pessoas não escrevem mais cartas... muio menos cartas de amor agora ficou mais fácil deletar do que dizer valeu o quanto durou.... Quando perguntei ao carteiro, ele me disse que não entrega mais cartas, muito raro alguém escrever...

Encerrar uma breve ou longa história de amor pelo MSN ou Orkut é mais chique, mais contemporâneo, desenhar um coração com duas setas no meio e aquela mancha de batom esquecida num cantinho do papel amarelado é coisa dos nossos avós...

"Antigamente as pessoas me esperavam ansiosas no portão, esperando uma carta, agora as pessoas se acomodaram, mandam tudo por e-mail...estão fiando preguiçosas..desabafa..."Pena que não tenhamos mais um Mário para levar cartas de amor (me refiro ao personagem do filme o Carteiro e o Poeta, que relata a vida do poeta Chileno Pablo Neruda.

Numa das cenas o carteiro Mário pergunta ao poeta o que são metáforas...O interprete do poeta responde que metáforas são maneiras diferentes de embelezarmos a vida com palavras....(Um filme de rara beleza que recomendo )

E para dizer que o mar dança com suas ondas encaracoladas, não precisa de complicação semântica, precisa de sentimentos...os sentimentos como olhos da alma varam pelas frestas do coração e recriam o mar, uma ruazinha pequena e solitária de um lugar qualquer...

Talvez o nosso carteiro Itaiubense não sonhe em ser poeta, mas bem que ainda gostaria de continuar entregando cartas de amor como antigamente, quando as pessoas ficavam esperando no portão...Olhar romântico, rasgando lentamente as cartas, correndo para um lugar sossegado...Devo estar delirando com essa utopia..mas é que os poetas são assim mesmo..acho que se algum peregrino que tiver acesso a esse texto talvez pense com seus botões de que eu precisaria rever meus conceitos sentimentais.

Nazareno Santos

POETAS, CONTISTAS...VAMOS ABRIR AS GAVETAS???

O Blog tem projeto de publicar uma coletânea de poetas Itaitubenses, tapajônicos, enfim de qualquer lugar do Planeta...A principio vamos começar publicando textos aqui no blog, posteriormente iremos entrar na fase do projeto “Abrindo as gavetas”, desentocando os originais, afinal o mundo precisa saber do seu talento...

Interessados podem mandar seus textos (independente se pretendem ou não entrar na coletânea) Mandem textos em crônica, poemas, contos, novelas, romances, teatro, enfim do jeito que você quiser...

Os textos podem ser enviados para os E-meios- Tribunna@hotmail.com- Nazarenoatribuna@bol.com.br ou pelo Riodasletras@gmail.com.
Caso queiram interagir por telefone - ligar no fixo 3518-7141- Celular 81-194020. Itaituba-Pará. Se acaso não tiverem como enviar por e-mail postem no correio uma carta para rua Juvenal Ferreira Lima 1020-Bairro Jardim das Araras- Cep-68180140- Itaituba-Pá

RETINAS

Meus olhos devoram os instantes
Enquanto fitam a dor
Anoiteço
Debruçando-me
Nos descaminhos do amor


O amor que rasteja em agonia
Enquanto meus olhos
Devoram as estrelas
Guia...


O Silêncio feito
Manto diáfano
Se debruça
Na rua insone

Um anjo triste
Voa sobre o cais
Tem um olhar infinito
Feito o rio que dorme indiferente

A noite morre lentamente
E o anjo navega
Sobre as ondas
Na canção do banzeiro

Um anjo a deriva
Sem porto
Sem razão de ser
Um anjo maltrapilho
Oculto no nevoeiro
De um possível amanhecer
Nazareno Santos

VÍCIO

Os teus olhos
São labaredas que incendeiam
Desejos

Teu corpo é um vulcão adormecido
Com curvas de sedução
Feito serpente envolta rastejando solidão

Tuas mãos me tocam
Com a sutileza de uma folha ao vento
Procuro palavras
Certas
Matéria prima dos poetas
Para te expressar meu sentimento

Olho-te com devoção
Como se fitasse minha própria imagem no espelho
Não te tenho
Mas te amo como se fosses minha
Mesmo que inconsciente
As vezes choro, dou gargalhadas
Falo coisas sem nexo
Penso em você com ternura
Entre o gestos e as palavras mal ditas
E a plenitude do teu sexo
Sem Cânone moral

Contemplo teu andar
Como se estivesses a me procurar
Sem saber de minha existência
Mas a cada passo
Sei que foges de mim
Um poeta mortal
Que renasce nas linhas imaginária do meu ser
Morte???...
Não tenho medo

Porque meu único segredo
É que sou viciado em você...


Nazareno Santos

HOLOCAUSTIFICAÇÃO

Explodir
Expandir
Excogitar
Holocaustificar
Viver, sonhar
Sou um histrião
Num estirão
Numa jornada sem fim
Sou
Um canastrão
Numa cena final


Irisar
Numa noite sem luar
Sou um astro vagando na cosmogonia
Da dor
Sou Teo
Centrico
Na essência do amor...

Zanzar Zumbi
O zafimeiro dita o script
Há um vislumbre de esperança
Nas frestas dos meus descaminhos

Não é um estratagema, ardil nem truque
E uma cena real
Não estou tresvariando
Sou um caminhante apenas
Numa estrada rústica onde jaz uma cruz
Não quero ser um trânsfuga
Ante o acaso ou destino
Quero apenas o instante de ser
Homem ou menino
Que voa num céu imaginário
Num sonho alado
Embalado pela magia da luz

Nazareno Santos


ROMARIA POÉTICA DE UM ANJO EM TRANSIÇÃO

Prófugo
de muralhas inexistentes
Minha progênie
É insubstente
Sou um anjo insone
Não consistente
Talvez um anjo decaído
Em expiação
Mas sei que Deus me espia
De algum lugar
Em sua sapiência
Minha alma
está hirsuta
Busco o amor em desespero
Como se o ódio fosse o holocausto
Ardendo em fogo a paixão insana
As palavras viram labirintos
E conflituam o poeta
Em sua ânsia de falar de um
coração híbrido que
Sangra entre o frio e o calor
Entre a ausência e a saudade
Entre a verdade e o desamor
Na orla o vento baila numa canção plena
Bela feito uma sinfonia
Não estamos a sós
O rio Tapajós
Lava nossas almas
Num ritual de beleza e devoção
Mas a noite é devorada madrugada a fora
Chega o dia
E recomeça a romaria de uma nova solidão...
Não sou mais um anjo decaído
Mas sim um anjo em transição...

Nazareno Santos

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O BOATO



O Poema não morreu, nem ao mesmo sucumbiu a indiferença...se o Verbo se carne, a vida se transubstanciou pelo verso..não importa sua grandeza, se clássico, mal rimado ou se nascido na ingenuidade dos sonhos dos que amam, e fazem disso um poema de amor...Ferreira Gular, poeta maranhense provocou reflexão sobre o tema...


Onde está
A poesia? Indaga-se
Por toda parte.E a poesia vai a esquina comprar jornal

Cientistas esquartejam Puchkin e Baudelaire
Exegetas desmontam a máquina da linguagem
A poesia ri

Baixa-se uma portaria
É proibido misturar o poema
Com Ipanema
O poeta depõe no inquérito
Meu poema é puro,flor

Sem haste, juro
Não tem passado nem futuro
Não sabe a fel nem sabe a mel
´ È de papel...

FERREIRA GULAR, O ÚLTIMO GRANDE POETA BRASILERO

Em toda poesia (livro que está nas escolas), bem ao alcance das mãos e da criatividade do professor que quiser dinamizar suas aulas e envolver os jovens num processo de leitura mágica...Matemática e poesia é um dos tantos poemas de Gullar, que me encantam, resolvi dividir com vocês esse poema fabuloso...

DOIS E DOIS;QUATRO

Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
E embora o pão seja caro
E a liberdade pequena

Como teus olhos são claros
E a tua pele morena
Como é azul o oceano
E a lagoa, serena

Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrego o dia
No seu colo de açucena

Sei que dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Mesmo que o pão seja caro
E a liberdade pequena



sábado, 20 de junho de 2009

Um poeta de Ponta (1ª parte

UM SONETO POR FAVOR...

Para um poeta ser poeta deveria compor um soneto....Com esse mote Jonas levanta um debate talvez...O soneto já está meio em desuso...muitos poetas dizem que é uma camisa de força da criação, porque obriga a palavra em combinação de rimas...Jonas aborda uma questão que muitos não haviam atentado...tem poucos autores fazendo soneto..E eu sou um deles, nada contra o soneto, que considero uma jóia a ser burilada...Estou metendo minha colher de pau (alias de poesia) neste tema , mas não pretendo ser coveiro nas idéias dos outros, acho que o soneto é uma arte do jogo de palavras bem arrumadinhas cada uma no seu lugar na hora certa...Soneto da fidelidade de Vinicius é um belo poema...Mas segue ai embaixo as dissertações do Poeta conterrâneo de Dalcídio Jurandir para suas conclusões (sem final porque um bom debate não deve ter fim)

Acabara de ler o regulamento. Pela primeira vez admitia-se inscrever poemas de forma fixa. Todo poeta de verdade deveria ser capaz de compor um soneto.
Mas sobre o que escreveria este ano?

Pegou um bloco de papel, uma caneta e foi ao trapiche municipal. A tarde estava mole e as ruas da cidade alimentavam uma lassidão nas casas.
Epa! O trapiche está sendo reconstruído. Ah, o velho trapiche que nas madrugadas desertas mais parecia uma cobra-grande ressonando na mansidão das águas escuras do Marajó-açu... Desviou o olhar. Avistou as mangueiras em frente à escola Aureliana; dirigiu-se para lá. Ao pé de uma imponente árvore, buscava a inspiração de que precisava. Nada, não saía nada.


Resolveu ir para a praça Antônio Malato. Ficou contemplando por algum momento as ruínas da antiga Prefeitura. Talvez devesse rascunhar um poema sobre a grandeza desse outrora Palácio Municipal. Outros já o fizeram em verso e prosa?! Já o têm como símbolo, hoje, de um tempo político devassador, hostil? Foi a tomada da Bastilha, a nossa Revolução Francesa!
Preferiu não. Melhor buscar outro assunto, outro fato.

Caminhou em direção ao cemitério. Um outro poeta já falou de seu mistério.
Buscava, então, algo de “altaneiro”? Queria a majestade de um município que reina “sob a imensidão do céu marajoara” (mencionando Sandoval Teixeira, músico que agora está sendo lembrado pela Associação Musical Antônio Malato)? E falando em AMAM, maravilha sentir os frutos dessa importantíssima instituição muito bem representada por seus músicos, em especial, o professor regente Marcelo Tavares; por meio de seu trabalho, ela ganha notoriedade no Pará e no Brasil.

Essa entidade sim, admitiu mentalmente nosso poeta, tem merecimento de um poema em sua homenagem. Mas o quê? Nada, não é desta vez.
Continuou a vagar pela cidade. As ruas agora já apresentam algum movimento.
Suplicou às musas do Parnaso, em frente ao campo de futebol: fazer uma obra em que figurem Marcenaria, Acadêmicos, Pedregulho e outros clubes do município...; seria uma boa idéia? Pouco se interessou pelos jogos na região; para ele, só existiam Paysandu e Remo, e a Seleção Brasileira.

O passeio já estava alongando. Todavia, caminhar parecia ser a melhor saída para conseguir o mais belo poema e poder assim concorrer.
Lembrou-se de nosso açaí, de nosso camarão, e arriscou uma quadra:
Ah, cheiro da brasa e cheiro do tucupi
Estão assando camarão lá no quintal
Vejo os espetos da tala de jupati
-Movimentos típicos perto do jirau
Nada mau, achou. Mas faltava o açaí; faltava a gente cabocla. Tentou mais quatro versos:
Então me convida a dona Marianinha
Que sabe amassar o açaí no alguidar
E me aponta com a boca em bico a farinha
-Que bom uma comunidade visitar!
Gostou das rimas e do metro. Voltou a andar. Aproximara-se do Arapinã. Leu, releu as duas estrofes. Preciso melhorar. Vão me criticar por esses versos batidos e com pouca imaginação. Embolou o papel e enfiou no bolso.
Atravessou pela ponte. Das canoas atracadas ouviam-se as vassouradas que os tripulantes davam no fundo dos cascos das embarcações: era a faxina depois da viagem. Não quis parar. Pessoas o notavam agora. Prosseguiu nosso inconcusso poeta, rabiscando, andando.
No campo de aviação, imaginou o pouso suave de uma deusa que lhe traria a palavra exata, a colocação perfeita; o ritmo fluiria e quando percebesse, lá estaria o seu melhor poema, com sua mais sublime poesia.-


Jonas Furtado, de Ponta de Pedras, nas Ilhas do Marajó já é um seguidor de rio das letras..alias já são dois com a operária das letras, a marabaense Marilene Silva, bom sinal...

PEPITA I, UMA HISTÓRIA DE AMOR GARIMPEIRA, CONTADA POR ATIANA GOMES.


Pepita é o nome de guerra de uma personagem embrenhada pelas realidades garimpeira, tendo como cenário da história um garimpo do Tapajós...A Autora também foi garimpeira conviveu de perto com tudo que conseguiu passar para o livro...è um romance curto, mas pleno de emoções

Pepita é uma personagem, pepitinha uma currutela de garimpo. Atiana Gomes, uma maranhense arrojada nascida em São José de Ribmar, radicada em Itaituba resolveu escrever Pepita para chamar a atenção dos dramas sociais dos garimpos...não esgotou naturalmente todo o assunto nesse primeiro livro de 76 páginas, mas já deixa no leitor uma sensação de que vivemos num Brasil formado por vários Brasis, dada as incongruências, disparates e distorções sociais...

Li Pepita e gostei...Atiana é uma escritora estreante, mas leva jeito, tem boa narrativa...Ultimamente a poetisa/ escritora nômade se mandou para os garimpos do Suriname, talvez atrás de ouro ou de mais histórias para continuar mostrando as várias faces das”Pepitas” espalhadas por esse Brasil afora...Pepita é uma história de amor, uma história sem contos de fadas , mas que é passível de um final feliz..

.O ouro aqui pode ser apenas um álibi para criar uma personagem que não foi forjada, ela nasceu com a matéria prima dos barrancos, das fomes, das dores invisíveis que massacraram quem correu atrás de um sonho tendo que passar por vários pesadelos...

Patativa do Assaré – A Sabedoria de um doutor adquirida nas escolas da vida.


Segundo filho de uma família pobre que vivia da agricultura de subsistência, cedo ficou cego de um olho por causa de uma doença. Com a morte de seu pai, quando tinha oito anos de idade, passa a ajudar sua família no cultivo das terras.
Aos doze anos, freqüenta a escola local, em que é alfabetizado, por apenas alguns meses. À partir dessa época, começa a fazer repentes e a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Por volta dos vinte anos recebe o pseudônimo de Patativa, por ser sua poesia comparável à beleza do canto dessa ave.

Patativa do Assaré obteve popularidade a nível nacional, possuindo diversas premiações, títulos e homenagens (tendo sido nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa). No entanto, afirmava nunca ter buscado a fama, bem como nunca ter tido a intenção de fazer profissão de seus versos. Ele nunca deixou de ser agricultor e de morar na mesma região onde se criou (Cariri) no interior do Ceará. Seu trabalho se distingue pela marcante característica da oralidade. Seus poemas eram feitos e guardados na memória, para depois serem recitados. Daí o impressionante poder de memória de Patativa, capaz de recitar qualquer um de seus poemas, mesmo após os noventa anos de idade.

Infância

No verdõ de minha idade
Mode acalentá meu choro
Minha vovó de bondade
Falava em grandes tesôro”.

Arte matuta
Eu aprendi com a natureza que é caprichosa. É como eu digo nos meus versinhos:

Eu nasci ouvindo os cantos
das aves de minha serra
e vendo os belos encantos
que a mata bonita encerra
foi ali que eu fui crescendo
fui vendo e fui aprendendo
no livro da natureza
onde Deus é mais visível
o coração mais sensível
e a vida tem mais pureza.
Sem poder fazer escolhas
de livro artificial
estudei nas lindas folhas
do meu livro natural
e, assim, longe da cidade
lendo nessa faculdade
que tem todos os sinais
com esses estudos meus
aprendi amar a Deus
na vida dos animais.
Quando canta o sabiá
Sem nunca ter tido estudo
eu vejo que Deus está
por dentro daquilo tudo
aquele pássaro amado
no seu gorgeio sagrado
nunca uma nota falhou
na sua canção amena
só canta o que Deus ordena
só diz o que Deus mandou.

Despedida

Conheço que estou no fim
e sei que a terra me come
mas fica vivo o meu nome
para os que gostam de mim

Patativa morreu em 8 de julho de 2002 na cidade de Assaré, onde nasceu.

(Poesias reproduzidas do livro “Digo e não peço segredo” organizado e prefaciado por Tadeu Feitosa. Editora Escrituras, SãoPaulo

A VELHICE COMO SIMBOLO DE SABEDORIA, PELA VISÃO PLATÕNICA

Ao longo de minhas experiências de leituras, encantei-me com a obra República,(Atenas, editora,SP) uma excelente obra de Platão onde Sócrates trava vários diálogos com Polemarco. Nos diálogos a importância das coisas vão fluindo com sapiência e rara beleza com máximas que parecem herméticas ou insondáveis ao espírito ou a mente...

Mas de toda a obra (que li em sua totalidade (tem cerca de 457 páginas), gostei muito do dialógo em que filosoficamente conversam sobre a velhice, um tema para os padrões atuais de nossa sociedade recheada de preconceitos, como se houvesse um relógio para cada etapa de nossas vidas..

SÒCRATES- A falar a verdade, Céfalo, deleito-me em conversar com os velhos.É que estes, tendo –nos precedido no caminho por onde talvez tenhamos de andar, certo nos podem informar da natureza desse caminho- se é áspero e difícil, se cômodo e suave...E agora és chegado a esse período da vida, a que o poeta chama o limiar da velhice....E penosa à vida?

CEFALO- Respondendo- Na minha idade Sócrates, nos encontramos muito, seguindo alguns provérbios, em tais encontros relembramos os prazeres da mocidade, memórias de amores..Mas não atribuamos todos os males a velhice. Sócrates complementa...Assim como os poetas amam as próprias obras e os pais amam os filhos, os mais jovens deveriam dar valor aos velhos,,,

Mas além desse outros temas inteligentes são exaustivamente debatidos em forma de dialógo em toa a ora que nos deixa a sensação de ser um manual com sábias lições filosóficas nos fazem ver e entender o sentido da nossa existência... A obra também disseca a temática estado

TEM SENTIDO

Tudo é nada
Se eu não te lembrar
Tu podes me esquecer
Então eu não posso cobrar
Pois não fiz por merecer
Se não levo teu chocolate

Pode até chorar
Reclamas do meu descuido
Dizes que é por não mais te amar
Digo que te quero
Muito,muito de verdade

Dizes também que me quer
Mas tome mais cuidado
Não te esqueças de meus doces
Pro amor não perder este gosto
Que parece encantado
Que flui ou míngua

Em momento inesperado
É um ato de conquista
São intenções que maltratam
E, inesperadamente, acabam-se

Orieste Domingos dos Santos
Antologia Poética- Versos de ouro


DEMÊNCIA

Não há maior e dura ambigüidade
Do que querer viver e se ver morrer
Esvaindo-se na ânsia da saudade
Sendo extenso o querer e complexo o não poder

É difícil refrear esse sentimento puro
Com aspecto de demência
Enquanto plano em ambiente escuro
Ébrio por inalar, dos sonhos , a essência

Não supérfluo, não mesquinho
Mas concreto e sensato
O coração não vê razão em sobejar um tiquinho

Pois não me rouba a lucidez
Esse sentimento pobre e abstrato
Então, porque quero tudo outra vez?

Raimundo Borges
Antologia Poética- Versos de Ouro-


ALUCINAÇÕES

Despe-te de tuas incoerências
Receita o bem
Cata a vida
Viva como quem vive o amanhã

Render-se às elucidações da vida
Alucinado, não deves recorrer ao ermo
Ao vento
A flor
A relva

Mas ai de ti homem
Que crê
Que sonha
Que ...enfim demora...vencer
A morte
A sorte
E o novo amanhecer.


Professora- Norma Iolanda lindoso Viana
Antologia Poética "Versos de Ouro"

sexta-feira, 19 de junho de 2009

PERSPECTIVAS- Da Antologia Poética- Versos de Ouro

Sonhar quando partir
Sonhar na chegada
Logo já não existe mais o sonho

Ir sonhando
Retornar sonhando
Outra realidade
Não é sonho, o que existe

Não é o sonho sonhado
Não é o sonho da ida
Não é o sonho da chegada
É a realidade

A grande perspectiva é a porta
Porta de partida
Porta de chegada
Fora ou dentro
Só a realidade de uma nova estrada

José Maria Azevedo

O autor é meu conterrâneo de Castanhal, atualmente presidindo a recém criada Academia de Letras Castanhalense(ALC).O autor por razões que a própria razão desconhece prefere ser chamado de o poeta ”Ejaculador do passado, presente e do futuro”

O GAROTO- DA ANTOLOGIA VERSOS DE OURO

Certa vez
Quando eu era ainda garota
Um menininho me mandou
Um bilhete assim

Eu estou por você apaixonado
Gostaria de ser o seu namorado
Eu então repondi o seu bilhete;

Sinto muito desta forma responder
Mas já estou muito velha pra você

O menino ficou mesmo muito triste
Do seus olhos eu vi lágrimas correndo
Eu não sabia o que podai acontecer
Pois na verdade ele içou por mim chorando

Passou o tempo e nunca mais vi
Aquele menino
O mundo é grande
E ao mesmo tempo tão pequeno
Sabe porque afirmo isto?

Na Internet conheci um rapaz
E ao teclar fiquei logo interressada
Daí então pedi pa ele decidir
Se poderia lhe encontrar pra conversar

Ele logo me respondeu por e-mail
Sinto muito desta forma responder
Continuo sendo novo pra você

Dra. Djalmira de Sá
Formada em letras com doutorado em lingüística.
Desenvolve suas atividades profissionais atualmente Ana faculdade de Itaituba- FAI

VERSOS DE OURO NO RIO DAS LETRAS

O RIO DAS LETRAS envereda pelos Versos de Ouro colhendo algumas pepitas literárias retiradas pelas varações poéticas que deságuam nos melechetes das grandes inspirações dos poetas itaitubenses de coração ou convição....o livro foi lançado em 2004, com 159 páginas e dez escribas no qual também me incluo. O amigo Peregrino que aportar nesse rio de belezas poéticas navegará para sempre no remanso do talento e criatividade de nossos poetas que fazem parte dessa antologia...boa viagem, alias boa leitura. Vamos colocar todos os poetas da coletânea na nossa nau das letras...Espero que a vacora poética contamine a todos nós...

TEMPO
Ontem tive tempo
Mas não tive medo
Hoje olhei nos teus olhos
E numa confissão muda guardei teu segredo
Ontem fui volátil
Feito um colibri na flor
Ele sugando o néctar
Eu te implorando o amor

Ontem o amor era um cristal partido onde
Em colcha de retalhos embrulhei a saudade
Hoje o amor traduz
Uma razão aparente de ser
E as canções que guardei
Foram descaminhos onde não te encontrei

Ontem a paixão era profunda
Arrebatadora feito brasa de um vulcão
Hoje o amor é apenas uma ponte quebrada
Onde desesperadamente
Me acenas
Do outro lado da estrada.

Nazareno Santos- Jornalista-poeta-professor



VERSOS DE OURO, NO RIO DAS LETRAS


AMAZÕNIA
É Amazônia
Só quem vê o verde de tuas matas
De teus rios
Das copas de tuas árvores
Balançando ao sabor do vento
Só quem enfrenta a fúria da pororoca
Quem sente o cheiro da floresta
Da castanheira
Da seringueira
Da palmeira
Do babaçu
Só quem sobrevoa tua imensidão
Navega entrecortando os rios
Adentrando teus igarapés
Come do teu peixe
Tucunaré
Tamoatá
Pirarucu
Da tua caça
Paca,
Cutia,ta
Tatu , da tua fruta açaí
Tucumã,cupuaçu
É Amazônia, só quem vive tudo isso pode te compreender
Pode ouvir teus ais, pode contigo sofrer
Quem vê tuas palafitas flutuando,teus curumins remando
Tuas cunhas brincando, teus barcos a deslizar
Em companhia dos botos encantados e que encantam as tardes do rio-mar
E de outros rios
Só quem sobe nos açaizeiros,fala da boiúna,
Mãe dàgua, do curupira
Do Manpiguari... só quem namora tuas belas morenas,corre atrás do beija-flor
Da borboleta,do jaçanã, quem busca a cura em tuas curvas
No óleo da andiroba,da copaíba, do Jatobá
(Eh! D.Flora...)
só quem te ama pode te compreender.

Professor- Carlos Paiva

O QUE VOCÊ ANDA LENDO?


Abro aqui um espaço que gostaria fosse feito pelo amigo internauta (ou peregrino).Vou abri-lo comentando minha leitura atual. Estou lendo, poesias escolhidas da poeta (ou poetisa como queiram) Gabriela Mistral, que ganhou um dos prêmios Nobel de literatura concedido pela Academia Sueca de Literatura..

É um volume antigo da Coleção Biblioteca dos Prêmios Nobel, que apesar de ser um calhamaço de mais de duzentas páginas a leitura não se torna enfadonha nem tediosa, pela expressividade dos poemas de Gabriela.

É uma leitura que recomendo, que em muito contribuirá para seu crescimento intelectual e espiritual. Deixo com você na seqüência dois belos poemas da autora, chilena...Prefiro não comentar seus poemas que não é essa a intenção desse espaço...é preferível deixar fluir na alma do (como chamaria um leitor virtual?).Leia e boa viagem ao planeta poesia.

GOTAS DE FEL



Não cantes: sempre fica


Não cantes: sempre fica
à tua língua apegado
um canto: o que faltou ser enviado.

Não beijes: sempre fica,
por maldição estranha,
o beijo a que não chegam as entranhas.

Reza, reza que é bom; mas reconhece
que não sabes, com tua língua avara,
dizer um só Pai Nosso que salvara.

E não chames a morte de clemente,
porque, na carne que a brancura alcança,
uma beirada viva fica e sente
a pedra que te afoga
e o verme voraz que te destrança.


COPLAS

Trad. de Ruth Sylvia de Miranda Salles


A tudo, em minha boca,
um sabor de lágrimas se acresce;
a meu pão cotidiano, a meu canto
e até à minha prece.

Eu não tenho outro oficio,
depois do silente de amar-te,
que este oficio de lágrimas, duro,
que tu me deixaste.

Olhos apertados
de candentes lágrimas!
Boca atribulada e convulsa,
em que prece tudo se tornava!

Tenho um vergonha
deste modo covarde de ser!
Nem vou em tua busca
nem consigo também te esquecer!

E há um romoer que me sangra
de olhar um céu
não visto por teus olhos,
de apalpar as rosas
sustentadas pela cal de teus ossos!


A CHUVA LENTA

Trad. de Ruth Sylvia de Miranda Salles


Esta água medrosa e triste,
como criança que padece,
antes de tocar a tierra,
desfalece.

Quietos a árvore e o vento,
e no silêncio estupendo,
este fino pranto amargo,
vertendo!

Todo o céu é um coração
aberto em agro tormento.
Não chove: é um sangrar longo
e lento.

Dentro das casas, os homens
não sentem esta amargura,
este envio de água triste
da altura;

este longo e fatigante
descer de água vencida,
por sobre a terra que jaz
transida.

Em baixando a água inerte,
calada como eu suponho
que sejam os vultos leves
de um sonho.

Chove... e como chacal lento
a noite espreita na serra.
Que irá surgir na sombra
da Terra?

Dormireis, quando lá foram
sofrendo, esta água inerte
e letal, irmã da Morte
se verte?

ADÃOE EVA PELOS TRAÇOS DE MILLOR FERNANDES


O Festival de Besteira Que Assola o Pais

Disse Stanislaw no FEBEAPA 2:

"� dif�cil ao historiador precisar o dia em que o Festival de Besteira come�ou a assolar o Pais. Pouco depois da "redentora", cocorocas de diversas classes sociais e algumas autoridades que geralmente se dizem "otoridades", sentindo a oportunidade de aparecer, j� que a "redentora", entre outras coisas, incentivou a pol�tica do dedurismo (corruptela de dedo-durismo, isto �, a arte de apontar com o dedo um colega, um vizinho, o pr�ximo enfim, como corrupto ou subversivo — alguns apontavam dois dedos duros, para ambas as coisas), iniciaram essa feia pr�tica, advindo da� cada besteira que eu vou te contar".

Vamos a algumas amostras:

"O mal do Brasil � ter sido descoberto por estrangeiros" (Deputado �ndio do Brasil, Assembl�ia do Rio).


O cidad�o A�rton Gomes de Ara�jo, natural de Brejo Santo, no Cear�, era preso pelo 23.� Batalh�o de Ca�adores, acusado de ter ofendido "um s�mbolo nacional", s� porque disse que o pesco�o do Marechal Castelo Branco parecia pesco�o de tartaruga e logo depois desagravava o dito s�mbolo, quando declarava que n�o era o pesco�o de S. Exa. que parecia com o da tartaruga: o da tartaruga � que parecia com o de S. Exa.


Cerca de 51 bandeiras dos pa�ses que mant�m rela��o com o Brasil foram colocadas no Aeroporto de Congonhas. O Secret�rio de Turismo de S�o Paulo — Deputado Orlando Zancaner — quando inaugurou a ala das bandeiras, disse que "era para incrementar o turismo externo".


Quando a Censura Federal proibiu em Bras�lia a encena��o da pe�a Um Bonde Chamado Desejo, a atriz Maria Fernanda foi procurar o Deputado Ernani S�tiro para que o mesmo agisse em defesa da classe teatral. L� pelas tantas, a atriz deu um grito de "viva a Democracia". O senhor Ernani S�tiro na mesma hora retrucou: "Insulto eu n�o tolero".


O Di�rio Oficial publica "Disposi��es de Seguros Privados" e mete l�: "O Superintendente de Seguros Privados, no uso de suas atribui��es, resolve (...), "Cl�usula 2 — Outros riscos cobertos — O suic�dio e tentativa de suic�dio — volunt�rio ou involunt�rio".


Em Niter�i o professor Carlos Roberto Borba iniciou a��o de desquite contra a professora Eneida Borba, alegando que sua esposa n�o lhe d� a menor aten��o e recebe mal seus carinhos quando � hora de programas de Roberto Carlos na televis�o. A professora vai aprender que mais vale um Carlos Roberto ao vivo que um Roberto Carlos no v�deo.


Colhemos num coleguinha do Jornal do Brasil:
"O General Jos� Hor�cio da Cunha Garcia fez uma firme apologia da Revolu��o e manifestou-se contrariamente �s teses de pacifica��o, bem como condenou o abrandamento da a��o revolucion�ria. O conferencista foi aplaudido de p�". O distra�do Rosamundo leu e, na sua proverbial vaguid�o, comentou: "N�o seria mais distinto se aplaudissem com as m�os?".


Enquanto o Marechal Presidente declarava que em hip�tese alguma permitiria fosse alterada a ordem democr�tica por estudantes totalit�rios, insuflados por comunistas not�rios, quem passasse pela Cinel�ndia no dia 1.� de abril depararia com o pr�dio da assembl�ia Legislativa totalmente cercado por tropas da Pol�cia Militar. Na certa, a separa��o de poderes, prevista na Constitui��o, passar� a ser feita com cord�o de isolamento e muita cacetada.


Not�cia publicada pelo jornal O Povo, de Fortaleza (CE): "O Dr. Josias Correia Barbosa, advogado e professor, esteve � beira de um IPM (Inqu�rito Policial Militar) por haver passado um telegrama para sua sobrinha Loberi, em Salvador, comunicando-lhe que a bicicleta e as pitombas tinham seguido. Houve diligencias pelas vizinhan�as, parentes foram procurados e outras provid�ncias tomadas. Passados dois dias, soube o Dr. Josias que o despacho telegr�fico n�o fora transmitido porque um James Bond do DCT (Departamento de Correios e Tel�grafos) estranhara os termos "bicicleta", "pitombas" e "Loberi", que "deviam ser de um c�digo secreto".


"Os jornalistas deveriam apanhar da pol�cia n�o s� durante a passeata, mas antes tamb�m. Eles s�o incapazes de reconhecer o valor da pol�cia. Os fot�grafos, por exemplo, nunca fotografam os estudantes batendo no policial". Essa declara��o foi feita pelo Secret�rio de Seguran�a de Minas Gerais, coronel Joaquim Gon�alves.


A pe�a "Liberdade, Liberdade" estreou em Belo Horizonte e a Censura cortou apenas a palavra prostituta, substituindo-a pela express�o: "Mulher de vida f�cil", o que, na atual conjuntura, nos parece um tanto dif�cil. Ningu�m mais t� levando vida f�cil.


Segundo Tia Zulmira "o policial � sempre suspeito" e — por isso mesmo — a Pol�cia de Mato Grosso n�o � nem mais nem menos brilhante do que as outras pol�cias. Tanto assim que um delegado de l�, terminou seu relat�rio sobre um crime pol�tico, com estas palavras: "A v�tima foi encontrada �s margens do riu sucuriu, retalhada em 4 peda�os, com os membros separados do tronco, dentro de um saco de aniagem, amarrado e atado a uma pesada pedra. Ao que tudo indica, parece afastada a hip�tese de suic�dio".

Stanislaw Ponte Preta

Corpo de Deus

Também lhe chamam Corpus Christi e é “dia de preceito” para os católicos, além de feriado oficial. Todos os fiéis deverão ir à missa (ser “dia de preceito” a tal obriga) para dar testemunho da presença real e substancial de Cristo na hóstia.
E nada de pôr-se com dúvidas sobre a divina presença na pastilha ázima como sucedeu a um sacerdote chamado Pedro de Praga, no século XIII, não seja que se repita o tremebundo milagre de ver a hóstia transformar-se em carne e sangue, não simbólicos, mas autênticos, e ter de levar outra vez a sanguinolenta prova em solene procissão para a catedral de Oviedo, como complacentemente no-lo explica Wikipedia, fonte a que neste difícil transe tive de recorrer.
O mundo era interessantíssimo naquele tempo. Hoje, o milagre de recuperar a economia e a banca passa por imprimir milhões de dólares a uma velocidade de vertigem e pô-los a circular, preenchendo assim um vazio com outro vazio, ou, por palavras menos arriscadas, substituindo a ausência de valor por um valor meramente suposto que só durará o que durar o consenso que o admitiu.
Mas não era da crise que eu queria escrever. Em todo o caso, como já se vai ver, a menção ao Corpo de Deus não foi gratuita nem simples pretexto para fáceis heresias, como costumam ser as minhas, segundo canónicas e abalizadas opiniões. Há alguns dias, no 28 de Maio para ser mais exacto, um boliviano de 33 anos, de nome Fraans Rilles, emigrante “sem papéis” e sem contrato, que trabalhava numa padaria em Gandia (Espanha), foi vítima de grave acidente, uma máquina de amassar cortou-lhe o braço esquerdo.
É certo que os patrões tiveram a caridade de o levar ao hospital, mas deixaram-no a 200 metros da porta com uma recomendação: “Se te perguntam, não digas nada da empresa”. Como seria de esperar, os médicos pediram o braço para tentar reimplantá-lo, mas tiveram de desistir da ideia perante o mau estado em que se encontrava. Tinham-no atirado ao lixo.
Afinal, eu não queria escrever sobre o Corpo de Deus. Como é meu costume, uma coisa levou a outra, mas era do Corpo do Homem que eu pretendia realmente falar, esse corpo que, desde a primeira manhã dos tempos, vem sendo maltratado, torturado, despedaçado, humilhado e ofendido na sua mais elementar dignidade física, um corpo a quem agora foi arrancado um braço e a quem foi ordenado que se calasse para não prejudicar a empresa.

Espero que os fiéis que hoje acorreram à missa e leram a notícia no jornal tenham tido um pensamento para a carne sofridora e o sangue derramado deste homem. Não peço que o ponham num altar. Só peço que pensem nele e em tantos como ele. Diz-se que todos somos filhos de Deus.

Não é verdade, mas com este falsidade se consolam muitos. Deus não valeu a Fraans Rilles, vítima da máquina de amassar pão e da crueldade da gente sem escrúpulos que explorava a sua força de trabalho. Assim vai o mundo e não haverá outro.
By José Saramago- Escritor Português