Um rato ruim
Havia roído
A roupa de um rei tupiniquim
O rei havia ditado
Que todo pobre fosse condenado
A miséria e escravidão
Mas o povo sem nada entender
Reverenciava o rei
Enclausurado
Nas muralhas da ambição
O rei vivia rodeado
De bobos da corte
Que riam a toa
Mesmo no açoite
O rei ditador
Não tinha coração
Mas quanto mais
Maltratava seu povo, o povo lhe reverenciava
E ela nada entendia, posando de artista
Interrogava-se e o Bobo da corte respondia
Meu rei meta o chicote
Que o povo desse reino vive de utopia
E o rei mal coroado, ditando suas normais e leis
Sem nada entender dizia
Que se no reino tanto mal havia, o problema era de vocês
Quem?
Nós, sem opinião nem voz
E assim durou muito tempo o reinado
Porque o povo calado
Nada dizia
E o tempo virava retrocesso
Dia e noite e dia
E assim reinou soberano
O rei da farsa e da fantasia.
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