Aqui nasci poeta
Filho tapajoara do peixe com farinha
Há quarenta e tantos anos
Sem métrica e sem rima
Aqui me criei menino
Entre o rio e alavadeira
No seio da placenta verdadeira
Que transformou meus incertos caminhos
Em alegres tardes com bandeira
Aqui me tornei homem
Filho tapajoara entre a Lauro e a Treze
Homem com um, um só homem
Que busca na sua identidade a outra idade
E que brinca com doenças e barcos de papel
Aqui apesar de tudo
A dor se abre em flor, em risos
E eu me autoconsumo
Em anos e desenganos
Em cataratas e pensamentos
Aqui não quero nenhum encontro
Eu sou o meu próprio arco-íris
Sou filho tapajoara da Nova de Santana e findo...
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