domingo, 5 de julho de 2009

RETINAS

Meus olhos devoram os instantes
Enquanto fitam a dor
Anoiteço
Debruçando-me
Nos descaminhos do amor


O amor que rasteja em agonia
Enquanto meus olhos
Devoram as estrelas
Guia...


O Silêncio feito
Manto diáfano
Se debruça
Na rua insone

Um anjo triste
Voa sobre o cais
Tem um olhar infinito
Feito o rio que dorme indiferente

A noite morre lentamente
E o anjo navega
Sobre as ondas
Na canção do banzeiro

Um anjo a deriva
Sem porto
Sem razão de ser
Um anjo maltrapilho
Oculto no nevoeiro
De um possível amanhecer
Nazareno Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário