domingo, 5 de julho de 2009

ROMARIA POÉTICA DE UM ANJO EM TRANSIÇÃO

Prófugo
de muralhas inexistentes
Minha progênie
É insubstente
Sou um anjo insone
Não consistente
Talvez um anjo decaído
Em expiação
Mas sei que Deus me espia
De algum lugar
Em sua sapiência
Minha alma
está hirsuta
Busco o amor em desespero
Como se o ódio fosse o holocausto
Ardendo em fogo a paixão insana
As palavras viram labirintos
E conflituam o poeta
Em sua ânsia de falar de um
coração híbrido que
Sangra entre o frio e o calor
Entre a ausência e a saudade
Entre a verdade e o desamor
Na orla o vento baila numa canção plena
Bela feito uma sinfonia
Não estamos a sós
O rio Tapajós
Lava nossas almas
Num ritual de beleza e devoção
Mas a noite é devorada madrugada a fora
Chega o dia
E recomeça a romaria de uma nova solidão...
Não sou mais um anjo decaído
Mas sim um anjo em transição...

Nazareno Santos

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