domingo, 19 de julho de 2009

SINA

Não ouço canções
Vejo notas dissonantes na tv
Choro em silêncio
Corpos disformes eviscerados explodem
Penso nas razões mortas
Nas mãos postas,
No pé trôpego
Cambaleante
Sem o instante
De ser

Choro em silêncio
Estou distante
Livre das bombas
Mas preso à indiferença humana
Que devora cada ser
Que ao vivo em cores
Me passa dissabores
De não poder viver

Minha faixa de Gaza pode estar bem perto
Pelo ódio mal contido
Minha bomba de efeito retardado
Posso explodir em alguém que está ao meu lado
Vagando no deserto
De palavras mudas
Que cortam minha carne
Sangram minha alma
E me faz crer

Que as canções mudas
Os estampidos surdos
Da auto destruição
Entre Israel e Palestina
Pode ser a ante sala do céu e inferno
Dos inocentes condenados a essa sanha
A essa sina
Assassina

Nazareno Santos

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